30 mil funcionários em greve, nenhuma palavra no Jornal Nacional


No Paraná, 100% das escolas estaduais estão em greve; três, das quatro universidades estaduais, também.

Gustavo Magnani



Litera Tortura.

A escolha de pauta nos grandes jornais brasileiros é muito interessante. Veja bem:

No Paraná, 100% das escolas estaduais estão em greve. Três, das quatro universidades estaduais, também. Policiais e bombeiros, não, porque sua greve é inconstitucional.

Há poucos dias, os ônibus de Curitiba pararam. Pelo governo estadual.

Nesta semana, Beto Richa (PSDB) propôs um “pacote de maldades” para ser aprovado em critério de urgência pelos seus deputados mandados. Entre os desejos, além de aumentar impostos, Richa quer pegar 8 bilhões da Previdência Paraná. Pegar (pra não dizer roubar) porque esse dinheiro tem dono. Esse dinheiro é do contribuinte. [

Entenda todo o pacotaço aqui

].

Entre tantos feitos, Beto deu calote em professores, bombeiros, policiais e outras classes, não pagando férias, atrasando décimo terceiro, demitindo professores PSS que haviam sido aprovados, além de faxineiros, merendeiros, porteiros etc.

Para o leitor entender, se uma escola abrir hoje, ela abre sem merenda.

Por outro lado, sorte da escola que abre, porque várias foram fechadas.

Qual governo, em pleno 2015, fecha escolas?

Qual jornal, em pleno 2015, com a internet aí, omite o caos que está acontecendo?

Talvez as informações sejam irrelevantes…

Talvez, como sempre acontece quando o bico do pássaro é grande, estejam acobertando.

Como o

e-mail

que vazou, da diretora da Globo mandando tirar o nome de FHC dos vts sobre a Lava Jato

. Curioso que dois dias depois do

e-mail

vazar, fizeram uma matéria colocando o nome do FHC, em todos os jornais. Imparcialidade, sempre.

No dia 10 de fevereiro, além do que já foi escrito e dos outros absurdos que você pode descobrir, caso se interesse pela política paranaense, mais de 20 mil professores e funcionários públicos, de diferentes cidades, ocuparam a Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, dando um corre nos deputados de situação, que fugiram pela porta dos fundos.

[Minha mãe, professora há mais de 25 anos, com outros professores de Guaíra, viajou mais de 660 km, para estar no protesto, tamanha a gravidade do assunto.]

Os professores permanecem na Alep.

Na quarta-feira 2, Beto Richa conseguiu que decretassem a expulsão deles do local.

A PM,

em vídeo divulgado lá na nossa página,

se recusou a cumprir tal ordem e foi embora.

Em comentário, a docente e leitora do site, Thais Vanessa Schmitz, escreveu: “

A PM do PR também está sofrendo com um calote do governador e desvalorização. Para eles é inconstitucional fazer greve, mas estão nos apoiando, um deles mesmo disse: eu sei que vocês estão lutando por nós também.”

Tudo isso, absolutamente tudo isso [e muito mais], não parece importar aos grandes jornais, sendo transmitido apenas pela televisão local.

A pergunta que não quer e não pode calar é: e se fosse um governo petista?

Eu respondo:

Se fosse um governo petista, este

site

atuaria da mesma maneira. Infelizmente, porém, não podemos dizer isso da grande mídia, que não abre o bico sobre tais assuntos, porque o mesmo bico que abre é o bico que é atingido.



Entre tantos feitos, Beto deu calote em professores, bombeiros, policiais e outras classes (Foto: Joka Madruga APP- Sindicato)


Entre tantos feitos, Beto deu calote em professores, bombeiros, policiais e outras classes (Foto: Joka Madruga APP- Sindicato)