Docentes questionam, em assembleia, convocação às pressas do Coeg e reafirmam que a greve continua



FOTO 2 ASSEMBLEIA DE 2 SETEMBRO DE 2015 GERSON JARA



Foto: Gerson Jara

A Assembleia dos/das docentes da UFMS, ocorrida na quarta-feira (2 de setembro) avaliou as implicações da decisão da última reunião do Conselho de Ensino de Graduação (Coeg), na segunda feira 31 de agosto, de anular a própria deliberação de suspender os calendários acadêmicos, tomada em 22 de junho. Na avaliação do Comando de Greve, a medida teve como propósito a tentativa de esvaziamento do movimento paredista em curso.

Apesar de proposto a inclusão na pauta da próxima assembleia o retorno ao trabalho, tal sugestão foi rejeitada por maioria dos/das presentes à Assembleia da quarta-feira 2, em razão de o governo federal continuar insistindo no parcelamento do reajuste de 21,3% em quatro anos. Na contraproposta apresentada no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), no dia 28 de agosto, o Executivo Nacional reapresentou o parcelamento com 5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019.

O MPOG desconsiderou, assim, a proposta do Comando de Greve Unificado dos Servidores Federais, de realinhar (sem fracionamento) os salários em 19,7% para o ano de 2016, mas propôs oficialmente os reajustes do auxilio-alimentação dos atuais R$ 373,00 para R$ 458,00; para assistência saúde (o valor atual

per capita

médio passaria de R$ 117,78 para R$ 145,00); e assistência pré-escolar (o valor atual

per capita

alteraria de R$ 73,07 para R$ 321,00).

O Proifes-Federação encaminhou contraproposta paralela à do Comando Unificado, o que é visto com ressalvas pelas direções da

ADUFMS-Sindicato

e do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), uma vez que fragiliza as negociações conjuntas das categorias do serviço público federal.


Calendários acadêmicos

– A Assembleia dos/das professores/as da UFMS apontou para a necessidade de se questionar a convocação atropelada de representantes do Coeg na última sexta-feira 28 de agosto. A convocatória ocorreu somente por meio do Boletim de Serviço, sem o envio de correspondência eletrônica aos/às representantes, ritual cumprido em todas as reuniões anteriores.

O argumento utilizado de ilegitimidade da representante do Instituto de Química (Inqui), para anular a decisão que suspendia os calendários acadêmicos, não procede, uma vez que a representação da docente no Coeg aconteceu mediante consulta feita à direção do Inqui, na qual foi reafirmado que a professora poderia participar da penúltima reunião, oficialmente, mesmo com o mandato expirado, até a designação de novo representante.

Segundo a representante, ela encaminhou solicitação da suspensão dos calendários acadêmicos, mesmo sem discussão prévia com o Colegiado de Química, em razão do pedido formulado por estudantes, na ocasião, sob ameaça de reprovação por parte de docentes que não aderiram ao movimento de greve.

Ao se manifestar na Assembleia, a docente foi aclamada pelos/as colegas no momento de sua fala. “A professora teve uma atitude corajosa”, defendeu Antônio Carlos do Nascimento Osório. Outros professores se manifestaram na mesma linha, questionando a legitimidade da reunião do Coeg convocada e com decisões bastante duvidosas na medida em que diversas representações não puderam se fazer presentes em razão de ter tomado conhecimento da reunião na segunda-feira (31) de manhã em suas respectivas unidades no interior.  A convocação se deu por meio do Boletim de Serviço na sexta-feira (28-08-2015), para a reunião na segunda-feira (31-08-2015) às 9 horas.


Ato

– Na próxima terça-feira 8 de setembro às 9 horas, alunos/as, professores/as, técnicos/as administrativos/as fazem manifestação no portão 1 (principal) de acesso ao

campus

da UFMS em Campo Grande.