ADUFMS-Sindicato totaliza resultados de assembleia: docentes da UFMS (capital e interior) definem saída unificada da greve  



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Todas as imagens são da Assembleia Geral em Campo Grande no dia 7 de outubro de 2015

– fotos: Arnor Ribeiro/ADUFMS-Sindicato

Docentes da UFMS decidiram pelo fim da greve. A proposta aprovada foi a que considerou a próxima terça-feira (13 de outubro de 2015) como data de saída unificada do movimento paredista. A votação favorável ao fim da greve aconteceu em Assembleia Geral realizada na quarta-feira 7 de outubro em

campi

do interior e no

Campus

de Campo Grande (

veja

quadro

com os resultados

).

A decisão de finalizar o movimento paredista foi encaminhada ao Comando de Greve do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (CNG-Andes-SN), que sistematizou as deliberações do Magistério Superior das universidades federais paradas em assembleias ocorridas na semana passada, para garantir que tudo ocorra de forma conjunta.

De imediato, o fim da greve docente na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul não significa o retorno às aulas. A volta às atividades está associada à definição do calendário de conclusão do primeiro semestre.

O Comando Local de Greve (CLG) avaliou preliminarmente que na UFMS a greve, a qual no seu final, nesta segunda-feira 12, atingirá a duração de quatro meses, avançou na organização do movimento sindical, agregando novos/novas docentes, aumentando o número de filiados/as à

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e despertando o interesse pelo envolvimento em causas relacionadas ao mundo do trabalho.

A desfiliação da

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da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnoló
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gico (Proifes-Federação), por decisão da categoria em assembleia realizada dia 2 de setembro, também foi um dos pontos positivos destacados pelo CLG e reforçado durante a Assembleia Geral da quarta-feira 7.

O movimento na UFMS, explicou o CLG, deu visibilidade das posições políticas que formam a Universidade e que são salutares para a construção de relações democráticas e plurais. O diretor financeiro adjunto da

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, professor Moacir Lacerda, observou que o movimento sindical docente na UFMS está “aprendendo a ouvir quem pensa diferente”. A vice-presidenta da

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, professora Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, recordou que na greve anterior (2012) não houve espaço para discussão. No leque de avanços, o Comando Local acrescentou a legitimação da representação sindical pela categoria.

Ainda no campo político, o movimento na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul desvelou ainda mais a prática antidemocrática da direção da instituição. Em comentário durante a Assembleia Geral da quarta 7, criticou-se o que foi chamado de “autoritarismo da administração” da UFMS. “Fomos atropelados no calendário imposto goela abaixo, uma atitude extremamente autoritária e inconsequente.”

No cenário nacional, o CLG ente
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nde que o Fórum dos/as Servidores/as Públicos/as Federais fortaleceu a luta coletiva. Indica-se o protagonismo do Andes como componente relacionado à unidade dos/as SPFs.

Porém há críticas em relação à forma pela qual o Andes-SN dirigiu o movimento paredista nas universidades federais. Ponderou-se que houve erro de avaliação do Sindicato Nacional. Em uma das intervenções na Assembleia da quarta-feira 7, apontou-se que a greve foi feita em cima de postura do Andes-SN, que desprezou articulações com o Congresso Nacional. Em outra fala na mesma assembleia, a entidade nacional foi chamada de “Coronel Andes”, defendo-se a tese de que o Andes-SN não ouviu as bases.

A vice-presidenta da

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, Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, se contrapôs às críticas feitas pela plenária. Explicou-se que o CNG foi formado por docentes escolhidos nas bases, e todas as discussões e decisões se deram a partir das bases, conforme dita a organização democrático-plural.

Embora tenha sido um movimento extremamente difícil em função da crise econômica pela qual passa o país, com o governo federal priorizando cortes na educação, arroc
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hando os vencimentos do funcionalismo público federal e adotando postura de mercantilização do ensino superior por meio de fomentos à iniciativa privada, o Comando Local de Greve explicou que houve ganho salarial de 10,8%, considerando que a proposta inicial do governo era de não dar reajuste. Mas, em linhas gerais, o CLG analisou que, do ponto de vista dos direitos trabalhistas, não houve avanços. No entanto, sem movimento, poderia ter sido pior.

O CNG do Andes-SN calcula que o índice de 10,8%, cujo acordo ainda não foi formalizado com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), divididos em duas parcelas (agosto de 2016 e janeiro de 2017), “sequer cobre a inflação projetada pelos próprios indicadores oficiais, como também não considera as perdas passadas”. A reestruturação de carreira, ponto central das reivindicações salariais da docência das universidades federais, continua sem definição.

A demanda relacionada à educação, mais especificamente relacionada à universidade pública, gratuita, de qualidade, laica e socialmente referenciada, não foi discutida com o governo federal.

A deliberação de professoras e professores da UFMS pelo fim unificado da greve foi acompanhada da aprovação de manter a mobilização com atividades culturais, de lazer e de debates de interesse da categoria na Capital sul-mato-grossense e no interior, além do fortalecimento do Fórum Permanente de Debate sobre a Universidade Professor Eusebio Barrios, uma iniciativa conjunta da

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, do Diretório Central das e dos Estudantes (

DCE

) e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no Estado de Mato Grosso do Sul (

Sista-MS

). “Se não continuarmos na luta, ficaremos pior”, reforçou o diretor financeiro da

ADUFMS-Sindicato

, Marco Aurélio Stefanes.



Assessoria de Imprensa da ADUFMS-Sindicato