Despejo’ da Pedagogia gera insatisfação de docentes







Caminhão chega ao prédio da Sedfor com móveis e material da Faed

A mudança repentina, abrupta, dos cursos ligados à Faculdade de Educação  (Faed) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS ) provocou  mal-estar entre os/as docentes lotados (as) no prédio da

foto

. A transferência vinha encontrando resistência de um grupo de professoras/es que estava devidamente acomodados para as atividades pedagógicas na graduação e na pós-graduação, até  então  com espaços definidos para atendimento de alunas/os e para ministrar aulas em espaços nos espaços do antigo Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) e da Educação. Um dos argumentos da docência é de que o novo espaço do Sedfor é insuficiente para comportar todo o pessoal e as necessidades administrativa  e pedagógica.

Diante da proposta de mudança

de espaço, a professora Sheila Denise Barbosa, coordenadora do curso de Pedagogia, em ofício encaminhado no dia 3 de julho, notificou a direção da Faed,  que a coordenação e as/os professoras/es de Pedagogia, reunidos no dia 28 de junho de 2017, debateram a mudança. Após ampla discussão e análise da planta baixa do antigo prédio da Educação a Distância (EaD), o coletivo manifestou-se favorável à ocupação do prédio com a Faculdade de Educação carentes de espaços adequados: setores administrativos da direção, Secac, Coac, Coad e Educação do Campo). O Leducampo contava apenas com duas salas de aula e estava sem espaço definido para a coordenação.

No mesmo comunicado, a coordenadora, ouvindo o colegiado, colocou posição desfavorável à mudança da Coordenação e professores do curso de Pedagogia para o antigo prédio da EaD; à ocupação das salas de aulas na Sedfor pelo com garantia de condições adequadas de segurança, iluminação e técnico responsável por abrir e fechar o prédio; e à vinculação da ocupação das salas de aula na Sedfor sem qualquer mudança de espaço físico da coordenação e professores do curso de Pedagogia.

Sheila Barbosa apontou que um dos sintomas de falta de espaço para comportar todos os cursos foi a manutenção do curso Educação Física no atual espaço, o que de certa forma já compromete a construção da identidade única da faculdade.

A professora da pós-graduação, Maria Dilnéia Espíndola Fernandes, critica o processo e a forma de condução da mudança. Deixa claro que a mudança foi institucional  e desta forma, delegaram que cada professor (a)  retirasse o seu material. Se a mudança foi institucional, no meio do semestre, em que as pessoas ficam sabendo, de um dia para o outro, que têm mudar e retirar as suas coisas, então que a universidade garanta isso. Pois uma mudança institucional tem ser feita com a segurança  e garantia que esta forma de processo exige e que não fique a cargo de cada professora.

Em comunicado expedido de última hora, na terça-feira, a diretora da FAED, Ordália Almeida, notificou por circular interna, a decisão de mudança do extinto Departamento de Educação para o SEDFOR. Determinou aos (as) docentes para que organizassem os arquivos para mudança do dia seguinte, quarta-feira (02.08). A decisão pegou diversos docentes de surpresa, pois a mudança  ainda não estava consensuada  e os (as) docentes aguardavam a continuidade do diálogo. A Pedagogia, portanto,  considerando a transferência em razão do período tumultuado de fechamento de semestre com provas, correção de trabalhos e lançamento de dados no SISCAD.

No comunicado, Ordália Almeida argumentou que a mudança de prédio era a possibilidade concreta de dar melhores condições ao processo de consolidação da identidade da FAED, transferindo as salas de aulas do curso de Pedagogia para o prédio da SEDFOR. Desta forma, congregaria grande parte das unidades até então fraccionada: direção, corpo técnico, programa de pós-graduação em Educação, Educação do Campo, Pedagogia Presencial e Pedagogia a distância) no antigo prédio da EAD. O argumento de era garantir o desenvolvimento de um projeto político-pedagógico autossustentável, mesmo com as limitações orçamentárias, e, desta forma, oportunizar aos alunos da graduação e pós-graduação uma formação de qualidade.

No comunicado expedido aos docentes, Ordália Almeida explicou que as mudanças constituem a garantia de uma conquista historicamente reivindicada.  Exemplifica que os cursos mais antigos da UFMS, no caso da Educação Física e da Pedagogia, sempre ficarem à margem, e agora contavam com  perspectiva de uma infraestrutura de qualidade,  que no contexto atual, de cortes orçamentários, está tornando cada vez mais distante.

A decisão de transferência, segundo o comunicado, é de acordo com o compromisso previamente firmado com a administração central.  Levou em consideração os diferentes grupos de representações com base em estudos preliminares realizados pela comissão para a ocupação dos espaços.  Procurou considerar os documentos produzidos, e, ainda, a atual conjuntura de corte de orçamento da UFMS, sem a possibilidade de angariar recursos financeiros para reformas e/ou construção de um prédio.

A direção também assumiu os seguintes compromissos com o novo prédio do EAD:

  • a manutenção do Programa de Pós-Graduação em Educação na unidade IV;
  • o estudo de ocupação realizado pela comissão;
  • as reivindicações dos acadêmicos, no que se refere a ampliação da melhoria do espaço físico, de forma gradativa.

Em relação aos acadêmicos:

  • aos acadêmicos da Pedagogia na modalidade presencial as aulas ocorrerão a partir do
  • período letivo 2017 nas salas da SedFor.
  • aos professores da Pedagogia Presencial e a Distância, que realizem a mudança de seus móveis e materiais no dia 02/08 (quarta-feira), no período matutino.
  • aos professores da Educação do Campo, que realizem a mudança de seus móveis e materiais no dia 02/08 (quarta-feira), no período vespertino.
  • ao corpo técnico, que realize a mudança de seus móveis e materiais no dia 02/08 (quarta-feira), no período vespertino.
  • aos professores da Educação do Campo, que as providências para sanar as dificuldades apresentadas no último Tempo Universidade – TU estão sendo tomadas;

O clima na FAED vem tenso desde que o reitor Marcelo Turine anulou o processo de eleitoral da Faculdade que instituía o sistema paritário para a escolha do novo diretor. Depois ficou mais acirrado quando decidiu pela nomeação da professora Ordália Alves Almeida, em detrimento ao mais votado na consulta feita à comunidade, prof. Antonio Osório.

Outro fator é a adaptação a nova forma de gestão dos espaços coletivos da UFMS, antes geridos pelas coordenações das faculdades e institutos e que agora passam ser de responsabilidade da administração central da UFMS, conforme regulamentação aprovada na reunião do Conselho Diretor, na semana passada.