Assembleias da ADUFMS-Sindicato aprovam adesão ao Dia do Basta






Diretores Mariuza e José Roberto fazem balanço das medidas adotadas pelo Governo Federal contra as universidades federais

Os docentes da UFMS presentes nas assembleias convocadas pela ADUFMS-Sindicato decidiram na última quarta-feira (08.08), por unanimidade, aderir ao Dia do Basta, programado para esta sexta-feira, com concentração às 8h, na Praça Ari Coelho. A participação dos docentes da UFMS na manifestação terá como objetivo protestar contra a redução de investimentos nas universidades públicas e corte de bolsas de pesquisas, que acordo com representantes do CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior) estará garantida somente no primeiro semestre de 2019 e sem previsão para o segundo semestre.

Na expectativa de mobilizar a comunidade universitária para o ato do Dia do Basta, os docentes promoverão nesta-quinta, às 16h, panfletagem na saída do portão lateral da Av. Costa e Silva, em parceria com estudantes e técnicos administrativos.

Em relação ao orçamento de 2017, a UFMS perdeu cerca de R$ 70 milhões em investimentos, num momento em que precisa de concluir obras físicas e dar continuidade a implantação de novos cursos de graduação e pós-graduação. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOAS) prevê para a este o investimento de R$ 815.9 milhões, valor que pode ser reduzido em R$ 25 milhões, caso persista a política de gastos do Governo Federal.

As incertezas quanto ao financiamento da pesquisa também foi manifestada pelo professor Dr. Edson Dalmonte, Coordenador da área de Comunicação do CAPEs, em palestra realizada em aula inaugural  para mestrandos da área, no dia 06 de agosto, no Auditório da Falc. Alertou na ocasião que o corte de investimentos, a partir de agosto, pode comprometer o programa de fortalecimento da pós-graduação, principalmente em universidades do interior.







Professor Dr. Edson Dalmonte, Coordenador da área de Comunicação do CAPEs, vê incertezas quanto ao futuro da pós-graduação em 2019

Para Doutora Maria Dilnéia, professora da Faculdade de Arte Visuais, Letras e Comunicação Social (Falc-UFMS)  e diretora da ANPEd – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação,  com os cortes promovidos, o Governo Federal abre mão de vez de qualquer projeto de soberania nacional e desenvolvimento das áreas de ciência, tecnologia e inovação.

A medida na também, na sua opinião, significa que o governo golpista pretende desmontar um projeto de pós-graduação que vem dando certo e que tem formado muita gente. Desta forma, abre mão de uma intelectualidade autônoma, da produção de conhecimento, deixando o Brasil na dependência tecnológica dos países capitalistas.

De acordo com o site da ANPEs a “suspensão do pagamento de todos os bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado a partir de agosto de 2019, pode atingir mais de 93 mil discentes e pesquisadores, interrompendo os programas de fomento à pós-graduação no país, tanto os institucionais (de ação continuada), quanto os estratégicos (editais de indução e acordos de parceria com os estados e outros órgãos governamentais).”

Outra programa ameaçado de acordo com o site é o programa “Universidade Aberta do Brasil (UAB) e dos mestrados profissionais do Programa de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Rede Pública de Educação Básica (ProEB), com a suspensão dos pagamentos a partir de agosto de 2019, afetando os mais de 245.000 beneficiados (alunos e bolsistas – professores, tutores, assistentes e coordenadores) que encontram-se inseridos em aproximadamente 110 IES, que ofertam em torno de 750 cursos (mestrados profissionais, licenciaturas, bacharelados e especializações), em mais de 600 cidades que abrigam pólos de apoio presencial.”

Além de estrangular os programas de pós-graduação com a ameaça de cobrança de mensalidade como é a meta do Governo Federal, o Governo Federal também disponibiliza pessoal, estrutura, equipamentos e laboratórios para beneficiar grupos privados. Força docentes pesquisadores a desviarem da função pedagógica de ensino para correr atrás de financiamentos privados e se submeter a lógica de mercado.

Assessoria de imprensa da ADUFMS-Sindicato.