Administradora de hospitais debate padronização de insumos

Representantes de sociedades brasileiras de especialidades médicas e profissionais da saúde estiveram reunidos, nos dias 5 e 6 de junho, em Brasília, com gestores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para discutir a padronização e a especificação técnica de materiais e insumos médico-hospitalares a serem adquiridos para os 46 hospitais universitários federais do país.

A partir do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), a estatal busca a melhoria da gestão hospitalar, considerada fundamental para a garantia de um serviço de qualidade à saúde da população. Para isso, é importante o aprimoramento dos processos de compras. A padronização dos insumos tem o objetivo de superar a situação verificada anteriormente, quando hospitais de regiões distintas utilizavam materiais de diferentes níveis de qualidade.

A chefe do serviço de apoio à padronização e aquisição de produtos para a saúde da Ebserh, Mara Cristina Maoski, explica que a compra centralizada de insumos visa à otimização de recursos e maximização dos resultados, proporcionando um atendimento de qualidade, independente de sua região. “Os vencedores [das licitações] assumem a responsabilidade de fornecer os insumos para todo o país e, como ganham em escala, conseguem oferecer preços melhores. Outra vantagem é a transparência do processo. Ao definir preços nacionais, evita-se o superfaturamento”, avalia.

Segundo o médico Gustavo Paludetto, membro da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice), o modelo de compras implantado pela Ebserh é fundamental para mudar a situação da saúde. “A compra isolada peca em alguns itens. O Brasil é um país muito grande, o que faz com que, muitas vezes, não seja possível o acesso ao mesmo material em todo o território. O objetivo desse processo é permitir que todos os hospitais da rede tenham acesso ao que existe de melhor no mercado mundial. Para isso relacionamos as especificações técnicas do que acreditamos ser o que há de melhor para uso, para que possa, em seguida, ser licitado”, afirmou.

Com a mudança, também são esperadas consequências positivas para a prática de residência médica. Isso porque, ainda que o estudante realize a especialização em região diferente da que cursou a graduação, os materiais utilizados terão a mesma qualidade e segurança técnica. “Você aprendia com um material e quando saía encontrava outro muito melhor”, relatou Paludetto.

A mudança poderá implicar, ainda, a redução da evasão de profissionais das regiões mais distantes do país. “É um passo primordial. A condição de trabalho envolve muitos fatores, mas no quesito material será uniforme”, completou. Mara Maoski ressaltou ainda que os hospitais são centros de formação de profissionais e que a padronização dos insumos pode garantir eficiência e igualdade na atenção à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie, o que figura entre os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).


Assessoria de Comunicação Social da Ebserh