Aluna reconhece contribuição de programas sociais e bolsas de pesquisa para conclusão de Doutorado em Educação pela UFMS

Pedagoga Marli dos Santos conclui pós-graduação em seis anos. Ela é aprovada no IFMS 

Egressa de escola pública do município de Naviraí, a estudante e atualmente professora, Marli dos Santos Oliveira furou a barreira da pirâmide social. Em tempo considerado recorde (seis anos) concluiu mestrado e doutorado e ainda passou no concurso no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) na vaga de pedagoga.

A rotina da acadêmica seria considerada normal para qualquer jovem da classe média ou alta e que compõe o perfil dos novos docentes que ingressam na carreira após os incentivos em bolsas de pesquisa na era Lula e Dilma. O diferente é que a pesquisadora migrou na base da pirâmide social em função da educação. Conseguiu passar pelo funil educacional e não tem nenhum constrangimento em reconhecer que chegou onde está graças ao auxílio de programas sociais como Bolsa Família, Bolsa Escola e dos bolsas de pesquisa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (Capes). A política de promoção social criou as condições necessárias que a copeira Maria Maraíde dos Santos, terceirizada no Detran-MS e do pedreiro Valdeir Bispo de Oliveira, mantivesse as filhas estudando e uma delas trilhar a carreira de pesquisadora.

As  políticas públicas de compensação de renda também possibilitaram a irmã, Márcia de Oliveira Saraiva, cursar Ciências Sociais na UFMS e atualmente Direito na UEMS. No último dia 21 de julho assumiu o cargo de Assistente Administrativo no IFMS.

Marli Oliveira teve a tese aprovada no dia 22 de julho, no curso de Doutorado em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), orientada pela professora Dra. Maria Dilnéia Espindola Fernandes. Anteriormente fez Mestrado da Universidade Federal da Grande Dourados e de lambuja concluiu o curso de Direito na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e escreveu diversos artigos para encontros e congressos na área em parceria com docentes.

Na tese, a então doutoranda aprofunda sobre a situação “Dos Planos municipais da educação à gestão democrática da educação pública: estudos de municípios sul-mato-grossense”,   aprovada de forma consensual pela banca examinadora, composta pelas doutoras Elisângela  Alves da Silva Scaff, Gilda dos Santos Araújo,  Silvia Helena de Andrade Brito, e Carina Elisabeth Maciel. Entre as conclusões apresentadas para a banca, Marli Oliveira mencionou que o planejamento educacional é um espaço de disputa de poder, em âmbito local e nacional. Envolve diretamente interesses políticos e ideológicos. Fez também a retrospectiva do planejamento de políticas educacionais no país, analisou sobre a gestão democrática das políticas do setor em Mato Grosso do Sul e o papel dos municípios na regulamentação da gestão democrática nos municípios que integram a região Conesul do Estado (Eldorado, Japorã, Juti, Iguatemi, Itaquiraí e Naviraí).

No estudo detecta a ausência do atual Governo Federal na gestão democrática do sistema nacional da Educação, considerada pela pesquisadora com inexistente no atual governo, sobre ataque permanente pelas forças políticas conversadoras e em que os planos educacionais atropelaram a lacuna presente.  Reitera que a política de desmantelamento e desestímulo a participação popular na instância, em processo de esvaziamento e de existência performática, mesmo diante da exigência da instância para recebimento de verbas federais do Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb), Alimentação e Transporte Escolar. Discorre sobre a participação da população nos planejamentos educacionais por meios das conferências municipais de educação. “Tenho orgulho dos meus país e não tenho nenhuma vergonha de dizer que estudei graças aos programas sociais”, declarou após a aprovação.

Assessoria de Imprensa da ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional