Apoiado pela ADUFMS, evento com Ricardo Antunes tratou da precarização do trabalho

Webinar inaugurou ciclo de palestras onlineNesta quarta-feira (25), ocorreu o primeiro webinar do circuito de palestras organizado pelo Laboratório de Saúde Mental do Trabalhador (Lasmet) do Câmpus Pantanal (CPan) da UFMS. O palestrante foi o professor Dr. Ricardo Antunes, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp.

Antunes falou sobre a precarização do trabalho durante a pandemia, citando as diversas perdas de direitos da classe trabalhadora durante o período da pandemia de Covid-19 em todo o mundo, sobretudo no Brasil, onde os há cada vez menos direitos trabalhistas desde o golpe de Estado ocorrido em 2016, e onde o governo de Jair Bolsonaro consolida o projeto neoliberal de sucateamento de serviços públicos por meio do ministro da Economia, Paulo Guedes.

O professor respondeu a questionamentos do público, entre eles o do presidente da ADUFMS, Marco Aurélio Stefanes, que perguntou como Antunes vê o papel dos Fundos Patrimoniais, presentes no "Future-se", programa neoliberal de desmantelamento da universidade pública gratuita, recém-aprovado na UFMS e proposto pelo ex-ministro da Educação na gestão Bolsonaro, Abraham Weintraub. 

O palestrante respondeu que o Future-se tem objetivo de eliminar a universidade pública e o chamou de "Passado-se". De acordo com Antunes, o projeto visa retornar a uma época pré-universidade pública. "Todas as propostas que estão vindo neste governo estão no sentido de desmontar a reflexão científica. Não fosse a ciência, os brasileiros estariam tomando cloroquina e morrendo não 600 mil, mas 2 milhões", afirmou.

"O projeto do Future-se deve ser estudado similarmente ao da Reforma Administrativa", ressaltou Antunes. "O objetivo do governo na Reforma Administrativa não é tornar o Estado melhor. É destruir a carreira pública", prosseguiu. "Como é que você faz para privatizar a universidade pública? Você vai destruindo o corpus acadêmico de reflexão. Então você acaba com o trabalho em tempo integral, com a pesquisa, dedicação integral. Se nós recebermos por hora/aula, nenhum de nós vai fazer mais pesquisa". 

Confira a palestra na íntegra no link: