Após pressão, UFMS adia retorno às aulas presenciais


ADUFMS cria alternativa ao COE, órgão que ignora participação de representantes de docentes, técnica(o)s e estudantes na discussão de medidas que evitem contaminação pelo novo coronavírus


Imagem ilustrativa reproduzida do Jornal de Jundiaí Regional SOB PRESSÃO da ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional e da comunidade acadêmica, a reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) mudou a data de indicativo de retorno às aulas presenciais, antes previsto para 11 de maio. Nova portaria deverá indicar o início das aulas a partir do dia 18 de maio.

Mas isso não vai cessar o trabalho desenvolvido pela Seção Sindical para suspender totalmente o calendário acadêmico do primeiro semestre de 2020.


A organização sindical da(o)s professora(e)s explicou em ofícios encaminhados à reitoria o risco à saúde de docentes, estudantes e técnica(o)s administrativa(o)s  da volta às atividades didático-pedagógicas presenciais no período em que está previsto o pico de contágio pelo novo coronavírus em Mato Grosso do Sul e no Brasil. 


Em outra frente, a ADUFMS já fez denúncia no Ministério Público Federal (MPF) pedindo adiamento do retorno às aulas presenciais e a suspensão do calendário acadêmico.


Plenária remota


Na última quinta-feira 30, mais de 150 professora(e)s de todos os câmpus e da Cidade Universitária de Campo Grande, da UFMS, participaram de plenária online para discutir as dificuldades técnicas, pedagógicas e psicológicas da docência e da discência para enfrentar a questão excepcional criada pela pandemia de covid-19. 

O espaço é alternativo ao Comitê Operativo de Emergência (COE), órgão que ignorou a participação de representantes de professora(e)s, técnica(o)s e aluna(o)s na discussão de medidas para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. 


A Plenária apontou que o modelo de estudos dirigidos e outras propostas adotadas pelo COE ocorreram por meio de regime de exceção, pois nem os conselhos de unidades setoriais e colegiados de cursos da UFMS foram consultados.


Foi proposta a efetivação de estratégias de comunicação que resultem na produção de materiais institucionais com objetivo de mostrar equívocos da atual proposta de estudos dirigidos e da volta às aulas, direcionados à Universidade e à sociedade, inclusive matérias pagas em jornal, mídia digitais de Mato Grosso do Sul.

Junto com a produção de material foi recomendado mobilizações remotas de aluna(o)s para entender e compreender os problemas decorrentes ao modelo atual de ensino em aulas programadas, corte de bolsas, principalmente para as ciências humanas, e outros problemas atualmente vividos pela(o)s discentes.

Apesar de a maioria das 69 universidades federais, que suspenderam os calendários acadêmicos do primeiro semestre, manter ou mesmo ampliar seus programas de assistência estudantil, a UFMS alega que, se suspender o calendário acadêmico, a(o)s estudantes carentes perderiam suas bolsas, o que não é verdade.


Realidade UFMS


Acadêmica(o)s que não têm computadores, smartphones, nem internet, ou tem acesso precário à web continuam sendo a(o)s mais afetada(o)s. A UFMS criou edital para avaliar a necessidade da(o)s acadêmica(o)s excluída(o)s digitais e posteriormente fazer cotação, bem como licitar os aparelhos necessários. Procedimento que não se sabe quando irá iniciar e terminar para que o empréstimo emergencial desses equipamentos seja efetivado.


A(o)s estudantes só terão acesso a essa estrutura operacional após quase sessenta dias do início das aulas a distância. A seleção da(o)s beneficiada(o)s será concluída dia 29 de maio.


Outra dúvida em relação a estudantes sem condições socioeconômicas, segmento no qual se insere boa parte da(o)s caloura(o)s das universidades federais, que são de outras cidades e oriunda(o)s da rede pública de educação básica, é sobre quais necessidades são importantes para que ele(a)s possam ter acesso às aulas online a distância. 

A UFMS cadastrará estudantes carentes e concederá uma bolsa-dados de internet de R$ 30 a R$ 60 para que ela(e)s tenham acesso às redes online, mas será que é suficiente para ter acesso aos conteúdos que a(o)s professora(e)s disponibilizam para fazer atividades e avaliações?


Assessoria de Imprensa da ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional