Atos públicos e protestos marcam o Dia de Paralisação nos estados


Em meio a uma semana marcada pelo início da greve dos docentes das instituições federais de ensino superior (Ifes) e pelas atividades de luta do Setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes), Dia de Paralisação mobiliza diferentes categorias de norte a sul do Brasil

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Foto: CSP Conlutas

O Dia Nacional de Paralisações e Manifestações rumo à greve geral, organizado nesta sexta-feira 29 pela CSP-Conlutas e demais centrais sindicais, como CUT, CTB, Nova Central, UGT e Intersindical, foi marcado por diversos atos públicos na luta contra o PLC 30 (ex-PL 4330 – das terceirizações), o ajuste fiscal e as medidas provisórias 664 e 665, que configuram um retrocesso nos direitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores. Diversos docentes das instituições federais de ensino superior (Ifes), das instituições estaduais e municipais de ensino superior (Iees/Imes) do Andes-SN, por meio das seções sindicais, também participaram da paralisação em diferentes estados. Em Mato Grosso do Sul houve paralisação docente na UFMS.

Manifestações foram organizadas nos setores de transporte, saúde, educação e dos serviços públicos em geral, além de trancamentos de estradas e rodovias nas principais capitais do país. Em São Paulo, estudantes e servidores da Universidade de São Paulo (USP) realizaram protesto em frente à instituição, que acabou em confronto com a Polícia Militar. Os professores estaduais, em greve há 78 dias, realizaram atividades de paralisação. Após assembleia, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), a categoria saiu em caminhada até a Praça da República, finalizando o dia em um ato unificado do funcionalismo público e dos movimentos sociais. A principal crítica dos servidores públicos é o descaso do governo estadual, que nega o direito à greve e se recusa a negociar com o segmento.

Na Bahia, diversos sindicatos fizeram paralisação nas principais rodovias do estado. Além dos bancários, professores da rede pública também participaram da mobilização. Os professores estão paralisados desde quarta-feira 27, reivindicando reajuste salarial e outros benefícios. A Associação Docente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Seção Sindical (Adusb-SSind) participou das atividades de paralisação.

Em Porto Alegre, professores do Colégio Aplicação, metalúrgicos, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) saíram às ruas em direção ao centro da cidade. A Seção Sindical do Andes-SN na UFRGS participou das atividades. Além disso, os metroviários suspenderam totalmente o trabalho. A cidade de Pelotas também integrou o Dia Nacional de Paralisação e Manifestações. Os manifestantes realizaram um ato público no centro do município. Os docentes da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande (Aprofurg – Ssind) aderiram à paralisação, realizando atividades de mobilização da categoria na instituição.

No Rio de Janeiro, professores da rede municipal e das instituições estaduais e federais de ensino participaram da marcha unificada na Candelária, no centro da capital fluminense. Diversos trabalhadores das refinarias da Petrobras paralisaram, e estudantes e trabalhadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) realizaram piquete nos

campi

Valonguinho e Gragoatá, que não funcionaram no dia de hoje.

Em Belo Horizonte, rodoviários das estações Barreiros e Diamante e metroviários fizeram paralisação de 24h. Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), as estações de metrô entre a capital mineira e a cidade de Contagem estiveram fechadas. Além disso, servidores municipais, em greve desde segunda-feira 25, fizeram uma caminhada até o centro da cidade. A categoria reivindica reajuste salarial de 25% para ativos e aposentados, retroativo a 1º de janeiro, aumento do vale-refeição, extensivo a toda a categoria, reconhecimento dos cursos de educação a distância e tecnólogos para progressão de carreira, entre outros. Em Brasília, professores da rede pública fizeram protesto em frente a sede do governo do Distrito Federal, chamando atenção para as pautas locais da categoria, como a nomeação de professores e de orientadores educacionais e a aprovação do plano distrital da educação. Além dos professores, trabalhadores terceirizados, como auxiliares de limpeza, copeiros e merendeiros, e técnico-administrativos estiveram presentes no ato público.

No Paraná, atos públicos foram realizados em diferentes cidades para relembrar o massacre de professores no Centro Cívico de Curitiba do dia 29 de abril. As seções sindicais dos Docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Adunioeste-SSind), da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Adunicentro-SSind) e da Universidade Federal do Paraná – (Apufpr-SSind) participaram das manifestações. O ato de protesto, que acontece no Dia Nacional de Paralisação, marca um mês do confronto entre policiais militares e manifestantes que deixou 213 pessoas feridas.

Em João Pessoa, docentes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) participaram também do Dia Nacional de Paralisação. Ao lado de outras categorias e movimentos sociais, os participantes protestaram contra as medidas políticas que vêm retirando diretos dos trabalhadores brasileiros. A Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba – Seção Sindical (Adufpb-SSind) esteve presente e, junto aos demais manifestantes, foram em protesto até a Praça dos Três Poderes. A Associação dos Docentes das Instituições da Universidade Federal de Campina Grande – Seção Sindical (Adufcg-SSind) realizaram protesto no

campus

de Patos e

campus

de Souza.

Em Teresina, mais de 30 entidades participaram de um protesto na Zona Leste da cidade, que seguiu até a Praça da Liberdade, no centro da capital. Na Universidade Estadual do Piauí, a Associação dos Docentes do Ensino Superior da Uespi (Adcesp-SSind) aderiu à paralisação de 24 horas com objetivo de advertir o Governo do Estado por conta do descumprimento da Lei de Reajuste, aprovada ainda em 2013. No Pará, docentes da Universidade Federal do Pará (Ufpa) caminharam pelas ruas de Belém, em conjunto com diversas categorias de trabalhadores. A Associação Docente da Universidade Federal do Pará – Seção Sindical (Adufpa-SSind) participou das atividades.

Docentes, técnico-administrativos e estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizaram ato público, na entrada do

Campus

Universitário, contra as terceirizações, as medidas de retirada de direitos dos trabalhadores e ainda o corte de recursos dos serviços públicos, sobretudo da Educação. A Associação dos Docentes da Universidade do Amazonas – Seção Sindical (Adua-SSind) participou da atividade e denunciou a situação de caos que hoje estão vivendo as instituições de ensino superior.



Andes-SN