Campo Grande: docentes analisam greve, governo federal e CNG



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Mesa (José Carlos, à esquera, e Marco Aurélio):

politização e ação conjunta

(fotos: Arnor Ribeiro/ADUFMS-Sindicato)



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Antonio Firmino de Oliveira Neto (óculos):

falta  informação do CNG com qualidade

Avaliações da postura política do governo federal em relação à greve nacional nas universidades federais e da mobilização de professores/as, críticas ao Comando Nacional de Greve (CNG), além da condenação de atitudes de criminalização e judicialização do movimento na UFMS por parte do Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul, nortearam os debates e as decisões durante a Assembleia de Greve na terça-feira 25 à tarde em Campo Grande.

O professor Antônio Carlos do Nascimento Osório apontou a difícil situação do Executivo central em recompor sua base de sustentação no Congresso Nacional como um dos aspectos macropolíticos que tem ressonância nas atitudes do Palácio do Planalto em relação a questões econômicas que influenciam na forma pela qual o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), bem como o Ministério da Educação (MEC), vêm tratando a greve nas universidades públicas federais. Osório afirmou que o governo federal está engolindo o movimento pelas “bordas do prato”, porque está bem informado sobre a greve. O docente entende que o Executivo Nacional não vê força política no movimento capaz de forçar uma negociação mais contundente.


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Maria Lucia (esquerda):

“Quais são as informações tão importantes e que eles [CNG] não estão colocando nos comunicados?”



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Paulo Cesar Duarte Paes (em pé):

“retomar uma perspectiva de greve”, tendo como referência estudantes e sociedade

Sobre esse aspecto, há uma análise reiterada nas assembleias em Campo Grande de que o CNG não está propiciando em suas avaliações elementos substanciais para que se faça uma interpretação mais consistente do movimento paredista em todo o Brasil. O professor Antonio Firmino de Oliveira Neto explicou que falta informação de qualidade para se fazer de fato uma avaliação da greve, principalmente sobre como está a adesão em todos os estados.

A professora Maria Lucia Paniago questionou: “Quais são as informações tão importantes e que eles [CNG] não estão colocando nos comunicados?” Para ela, o mais importante não é o número de universidades que estão em greve, mas sim a importância da universidade.

O docente João Vítor Batista Ferreira criticou a forma pela qual a greve está sendo dirigida nacionalmente. “Do jeito que o movimento está sendo conduzido, está alienando os professores.” Ferreira disse que está ocorrendo uma “terceirização” da greve porque a maioria dos/das professores/as não está participando. Para o docente, há uma transferência de responsabilidade sobre o movimento para poucos/as docentes.



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João Vítor Batista Ferreira:

“terceirização” da greve



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Osório (em pé, camisa clara):

o governo federal engole o movimento pelas “bordas do prato”

Segundo o presidente da

ADUFMS-Sindicato

, professor José Carlos da Silva, há necessidade de se pensar numa atuação mais politizada. “Greve implica concepção política.” O sindicalista acrescentou que não adianta ter o domínio específico em determinada área do conhecimento e de produção do conhecimento sem ver a “questão política”. Em relação à postura do MPF, Silva observou que não se deve aceitar a criminalização/judicialização do movimento. O diretor-financeiro da entidade, professor Marco Aurélio Stefanes, reforçou a necessidade de uma atuação mais conjunta da docência. De acordo com o professor Paulo Cesar Duarte Paes, é preciso “retomar uma perspectiva de greve”, tendo como referência estudantes e sociedade.



Assessoria de Imprensa da ADUFMS-Sindicato