CARTA ABERTA À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA DA UFMS

Ilustração reproduzida de Sintratel

⇶ VIVEMOS uma situação totalmente atípica e em um primeiro momento espera-se que haja uma manifestação das autoridades institucionais. A primeira delas, em uma linha de princípio democrática, deveria ser a de dialogar o máximo possível com os envolvidos. Era com isso que contávamos, mas não foi o que aconteceu. Apontaremos a seguir um cronograma das ações tomadas pela gestão da UFMS.

  • Criação do Comitê Operativo de Emergência (COE). Entendemos que seria uma organização consultiva, tendo em vista a sua composição.
  • Os sindicatos de docentes e técnicos e o DCE solicitaram representação no COE, o que foi negado.
  • Uma decisão monocrática determinou o trabalho remoto, sem maiores discussões pedagógicas, sem a participação dos conselhos que tratam especificamente do ensino.
  • Foram publicadas portarias pelo reitor, com base em normativas ministeriais que não mudam o disposto na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases, contendo tomadas de decisões que implicam  processos administrativos e pedagógicos da universidade, que seriam de atribuição das instâncias colegiadas da instituição.
  • As citadas portarias atribuem às direções das Unidades Setoriais a tomada de decisão na mesma linha monocrática.
  • Os encaminhamentos implicam tomadas de decisão individuais, citando como exemplo o preenchimento de uma planilha encaminhada pelas direções, sem nome do solicitante e sem parâmetros para as respostas, em que cada docente apontaria as respectivas cargas horárias presenciais para a conclusão de suas disciplinas.
  • Na sequência os professores são interpelados informalmente por direções e coordenações de curso a indicar o número de EPIs necessários para as atividades presenciais e a forma de organização de suas turmas, considerando as determinações de biossegurança, responsabilizando cada docente por sua decisão, posto que a informação na planilha fora dada.
  • O cumprimento dos estágios é colocado no pacote da responsabilização dos docentes que são interpelados e alertados do encerramento do semestre, quando os discentes serão “reprovados” se a atividade não for encaminhada.

Considerando os pontos acima expostos, esclarecemos.

Em diversos momentos a ADUFMS Seção Sindical apontou a necessidade de suspensão do calendário acadêmico para que se construísse uma nova organização do trabalho pedagógico.

Desde o início desse processo os sindicatos cobram dos gestores que apontem caminhos para a tomada de decisões e que haja a disponibilidade para a flexibilização das ações, com amplo debate da comunidade universitária. 

Alertamos os/as docentes sobre as responsabilidades funcionais individualizadas que têm sido “sugeridas” pela gestão. 

Temos esperado da autoridade institucional um caminho a ser trilhado e, se a decisão for atribuída aos docentes, que ela não seja individual, mas institucional, por meio dos órgãos representativos da comunidade universitária.

Direção Colegiada