COUN incorpora proposições defendidas pela ADUFMS-Sindicato e o Conselho de CAs






Conselheiros votaram pela criação de novos cursos e acataram alterações no novo Regimento Disciplinar Discente

A  reunião do COUN do dia 24 de agosto aprovou proposições encaminhadas pelas ADUFMS-Sindicato em parceria com o movimento estudantil e os movimentos sociais. A primeira conquista foi incorporação dos cursos de Licenciatura do Campo (Leducampo) e Licenciatura Indígena no leque de graduações oferecidas pela instituição em 2019.

Desde do ano de 2017, o oferecimento de vagas para estas duas graduações estava suspenso sob a alegação da UFMS  da falta de repasse do Ministério da Educação (MEC) e a alto valor do custo/aluno arcado pela administração. A intenção da administração da UFMS, inicialmente, era de reoferecer o curso de Leducampo na modalidade à distância. No entanto, a proposta enfrentou a resistência da coordenação do curso e da direção da FAED, uma vez que os recursos para manter o acesso já estavam na matriz orçamentária do MEC e repassados à UFMS. Diante do impasse, a criação dos dois cursos não entrou em pauta na última reunião do Conselho de Graduação (Cograd), o que gerou insatisfação em diversos segmentos.

A decisão levou os alunos, representantes da ADUFMS-Sindicato, CUT-MS, Movimento Sem-terra e entidades dos movimentos sociais a organizarem protesto em frente ao prédio da reitoria e que resultou no fechamento por cerca de três horas do portão de acesso aos prédios da pró-reitorias, Odontologia e Famed. Depois de muita insistência, uma comissão foi recebida pelo pelo reitor Marcelo Turine. Ficou estabelecido então o compromisso de se reoferecer os cursos, todavia, eles passariam por reestruturação, com a redução de vagas no ingresso.






Estudante Vanessa Rodrigues de Oliveira, do 9º semestre de Psicologia, defendeu alterações sugeridas por entidades dos acadêmicos

Outra proposição apoiada pelos representantes da ADUFMS-Sindicato foi em relação a discussão de pontos que restringiam a democracia interna da instituição, penalizava excessivamente os estudantes e dificultava o acesso da comunidade aos espaços coletivos da UFMS.

A falta de divulgação sobre o prazo para sugestão de emendas em torno do Processo 23104.025040/2018-39 do Regimento Disciplinar Discente levou os estudantes a reunirem no Conselho de Entidades de Base (CEBs) e propor diversas alterações.

 

A defesa de alterações contidas na proposta do novo regime disciplinar docentes foi feita no COUN pela estudante de psicologia Vanessa Rodrigues de Oliveira, do 9º semestre. Ela conta que receberam a minuta de forma informal na última segunda-feira (20.08). A sua tramitação foi muito rápida e não houve possibilidade de divulgar de forma ampla a reunião para debater o documento. Mesmo assim, houve a participação considerável de estudantes no debate. “A partir da mobilização houve sugestões de alterações de diversos pontos importantes para universidade, enquanto instituição pública, de nível superior e preocupada com a qualidade.”

Apontou avanços como a liberdade para vestimenta, a restrição de identificação obrigatória de visitantes somente às áreas privativas, como laboratório,  a revogação do termo do termo “pessoas estranhas” nos espaços comuns da instituição. As mudanças incorporadas pelos conselheiros, no seu ponto de vista, criou novo ordenamento que orienta a vida de todos para melhor.

A estudante apontou ainda como problema à discussão democrática na UFMS. Destacou a questão da falta de equidade presente  no processo de escolha do reitor até a composição desigual nos órgãos deliberativos, como no próprio COUN, em que o voto do professor tem peso maior que da representação estudantil e dos técnicos. “Com a participação reduzida em termos de número, não de qualidade, a comunicação acaba prejudicada, pois um representante discente é obrigado avisar todos os alunos da UFMS, inclusive dos campos do interior”, salientou.

O COUN também flexibilizou normativas, a partir de sugestões de estudantes, que permitem o controle do alunos restrita somente às atividades de ensino, pesquisa e extensão, em âmbito e externo, sem invadir a liberdade individual e de trânsito interno, sob o argumento da segurança. Também ficou assegurado a abertura da universidade à comunidade, sob o argumento de que o papel da instituição é manter laços estreitos com os cidadãos e a sociedade.

Assessoria de imprensa da UFMS.