Crise de Pandemia pode ser a oportunidade de mudar a lógica contábil nas universidades, defende a psicóloga Alexandra Anache

A precarização das condições de trabalho nas universidades, agravada pelo educação a distância, deve ser enfrentada por meio de uma postura de cooperação e colaboracionismo do corpo docente, defendeu  a professora psicóloga doutora e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Alexandra Yach  Anache, na live Saúde Mental e Trabalho Docente durante a Pandemia,  ocorrida em 31 de julho, organizada pela ADUFMS – Seção Sindical e Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (ADUEMS) e transmitida em tempo  real pelo Facebook e o You Tube.

Para a pesquisadora, as condições de trabalho vêm se agravando mesmo antes do período da Pandemia, com ataques constantes as universidades públicas e aos docentes por autoridades governamentais e por meio de fake News que tentam desqualificar a atividade docente. Aponta que a categoria vem se submetendo a quadros de adoecimento por atuar num sistema de ensino sem planejamento,  para o qual não foi treinado, além de responder a conceitos produtivistas de gestão que agregam funções que não são da atividade fim, empurrados por meio de assédio moral  verticalizado (chefias) e horizontalizados (completividade entre colegas), o que vem gerando ansiedades e manifestações da síndrome de Burnet no ambiente de trabalho. A saída para a pesquisadora depende de se aproveitar da situação para estruturar um novo modelo, uma nova lógica, de universidade que não esteja submetida à lógica contábil.

O doutor em medicina da Famed-UFMS , psiquiatra José Carlos Costa, confirmou o crescimento de estresse entre os profissionais da educação. Recomenda que o professor seja livre do sentimento de culpa individual, caracterizado na educação moral cristã/judaica. Lembrou que o quadro de crise econômica e de pandemia não é de responsabilidade dos docentes, mas devido a um contexto social, de erros sucessivos no campo político, e não por  motivação pessoal. Recomendou que o professor (a) que estiver submetido(a) a situações de adoecimento, caracterizadas pela ansiedade, apineia, isolafobia oui covidpedagofobia, evite a automedicação de ansiolítico e procure profissionais da área de saúde mental.

Assista a live na íntegra.