Curso na França tem aprovação dos professores de matemática

A experiência de participar de um curso de aperfeiçoamento na França, durante quatro semanas, resultou em benefícios pessoais e profissionais, de aprendizagem e aperfeiçoamento, ao professor fluminense Thiago Marques Zanon Jacomino. “Foi uma oportunidade inigualável e uma realização pessoal e profissional sem precedentes”, diz o professor, que leciona matemática no Colégio Estadual Padre Mello, em Bom Jesus do Itabapoana, município do norte do Rio de Janeiro.

Em 2013, com outros 25 educadores de todo o Brasil, selecionados para o Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Matemática (PDPM), Jacomino participou de curso de formação em didática da matemática no Centre International D’Études Pédagogiques (Ciep), em Sèvres. Segundo ele, o aprendizado compreendeu não só conteúdos matemáticos. Estendeu-se também à convivência pessoal.

Na França, os brasileiros mantiveram contato com pesquisadores e ouviram palestras sobre trabalhos e pesquisas em matemática. “Foi possível presenciar métodos e ideias que podem ser facilmente aplicados em salas de aulas no Brasil, com efetivos resultados para a educação. E é isso que venho tentando fazer”, ressalta. “É uma oportunidade única, tudo tão intenso e diferente que o acréscimo profissional e pessoal não tem explicação.” Com licenciatura e mestrado em matemática, ele está no magistério desde 2007.

O entusiasmo é compartilhado pelo professor Ronaldo Dias, do município paulista de Junqueirópolis, que também participou do programa em 2013. “O ganho profissional e pessoal é muito grande, e qualquer sacrifício é recompensado.”

Há 15 anos no magistério, com experiência em escolas públicas e particulares, Dias jamais imaginou que teria a oportunidade de participar de curso no exterior. “Foi inesquecível e marcante”, revela. “Após o curso, passei a ser mais crítico quanto ao meu trabalho”, ressalta o professor, que leciona também no município paulista de Dracena.


Apoio

— Entre os novos conhecimentos obtidos, Dias destaca o uso da informática como ferramenta de apoio ao trabalho. “Pude perceber que, com um bom preparo, os equipamentos eletrônicos, como computador, celular, tablet e outros podem ajudar, e muito, o trabalho”, salienta. “Hoje, a lousa digital é uma realidade, e a uso sempre.”

Dias reconhece que participar da formação foi fundamental, tanto na vida profissional quanto na intelectual, marcada por difícil trajetória escolar. Criado em um sítio, trabalhou na lavoura desde os 9 anos de idade. Aos 5 anos, ingressou na escola, como aluno ouvinte, pois não havia instituição de educação infantil próxima. Ao terminar o ano, estava alfabetizado e passou para o segundo ano do ensino fundamental.

“Naquele momento da vida, foi fantástico, mas ao terminar o ensino médio eu tinha apenas 16 anos, e a maturidade não havia chegado”, explica. Após um período difícil, no qual se recusou a cursar a educação superior, Dias mudou de ideia e aos 22 anos ingressou na universidade. Hoje, tem graduação e mestrado em matemática. “Meus pais, mesmo com pouco estudo, sempre me incentivavam a estudar”, diz.

O Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Matemática, desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação é voltado para docentes que concluíram o programa Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat). Uma nova edição do PDPM está prevista para o segundo semestre deste ano.


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