Debate promovido por entidades da UFMS estimula participação política e social







Frente

(esquerda para direita):

Ályson Ladislaw, Waldevino Basílio, Mariuza Aparecida e Krastanov

(fotos: Arnor Ribeiro/ADUFMS-Sindicato)

Os riscos à frágil democracia brasileira, as medidas do Governo Temer contra segmentos como trabalhadoras/es ativas/os e aposentadas/os, em proveito do grande capital, o movimento Escola sem Partido e a atuação política de cidadãs e cidadãos pautaram as análises no debate “Crise da Legalidade e Retirada de Direitos” na noite dessa segunda-feira 19 de fevereiro na Unidade 6 da Cidade Universitária Campo Grande, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A

ADUFMS-Sindicato

, o Centro Acadêmico de Filosofia (

Cafil

) e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e dos Institutos Federais de Ensino, no Estado de Mato Grosso do Sul (

Sista-MS

) e

Práxis UFMS

promoveram o evento que fez parte da recepção às/aos calouras/os de vários cursos da UFMS – entre eles Filosofia, Medicina, Pedagogia, Letras e Ciências Sociais – e da programação da Jornada de Luta contra a Reforma (Contrarreforma) da Previdência.

Um dos pontos destacados no debate foi a necessidade de a academia se aproximar da sociedade, dialogar com as pessoas, ouvir suas ideias para em conjunto traçar projetos de ação política, econômica e social.

Acadêmicas/os veteranas/os, novatas/os, docentes, técnicas/os administrativas/os e outras pessoas lotaram a sala de aula e participaram ativamente, posicionando-se com opiniões originais e intervenções a partir de referenciais teóricos.

O professor búlgaro do Curso de Filosofia da UFMS, Stefan Vasilev Krastanov, abriu o debate. Krastanov instigou o público a atuar concretamente como sujeito político, seja nos movimentos ou fora das organizações. “Tem tempo de reflexão, mas tem tempo de ação. Hoje, mais do que nunca, é tempo de ação.”







Krastanov

(microfone)

instigou o público a atuar concretamente como sujeito político

A presidenta da

ADUFMS-Sindicato

, professora Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, deu continuidade ao debate. Ela descreveu como setores contrários a um governo que delineou e praticou políticas sociais fizeram “golpe engendrado”. A sindicalista lembrou da permissiva tradição de golpe das oligarquias e elites nacionais. Mariuza Aparecida disse que a última conspiração, posteriormente concretizada, teve como marco 2014, a partir de setores insatisfeitos com a reeleição de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República. A docente explicou que desde 2015, ano da última greve docente em instituições públicas federais de ensino, pesquisa e extensão, que na UFMS durou quatro meses, o movimento sindical do magistério superior, “já vinha alertando” para as consequências de uma crescente reação de facções privilegiadas que se opõem a iniciativas que visem a implementar políticas sociais (redistribuição de renda, acesso amplo à educação formal em todos os níveis) e de estímulo à participação popular.

As mudanças na Previdência propostas pelo governo federal, em tramitação na Câmara Federal, foram antevistas como um procedimento que atinge não só as/os que estão no mercado como também estudantes que serão futuras/os profissionais com formação acadêmica. “As principais vítimas dessa reforma são vocês”, alertou o coordenador-geral do Sista-MS Waldevino Basílio.

O presidente do Cafil, Ályson Ladislaw, argumentou sobre a estratégia de trabalhar a reflexão acompanhada da ação. “É triste a gente ver um país sendo entregue, com o trabalho e a educação sendo tratados como custo”, lamentou o estudante.



Assessoria de Imprensa da ADUFMS-Sindicato