Dia do/a Servidor/a Público/a: reflexão sobre a importância da carreira e a luta por investimento adequado no setor devem ser permanentes

Há exatamente um mês, em um comentário para um noticiário matinal, o jornalista Alexandre Garcia (

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)  fez uma avaliação envolvendo servidores/as do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que fizeram greve legítima e buscavam também a melhoria do atendimento à população que mais precisa. No comentário, o jornalista reconhecia que os/as servidores/as precisavam de atualização dos salários e meios para atender. Mas disse que, quando presta um concurso, o/a servidor/a escolhe servir, sejam quais forem as condições que tenha para isso. A partir daí, uma série de reflexões e ponderações importantes devem ser feitas. A quarta-feira 28, data que marcou mais um Dia do/a Servidor/a Público/a  (que está sendo comemorado nesta sexta-feira 30), foi um bom momento para refletir a importância desta carreira e quanto a luta permanente por investimento adequado no setor público é fundamental para o Brasil.

A Confederação dos/as Trabalhadores/as no Serviço Público Federal (Condsef) acredita que para cumprir sua vocação de servir, como fala o comentarista, o/a servidor/a precisa que o Estado garanta condições mínimas para que isso aconteça. Não dá simplesmente para apagar um incêndio de grandes proporções apenas com um copo de água. Ou, em outra comparação possível, não se pode estancar uma hemorragia apenas com um curativo simples. Todo/a servidor/a público/a, ou a imensa maioria, certamente já passou por alguma situação em que viu sua vocação de servir dificultada ou mesmo impedida por alguma circunstância alheia à sua vontade.

Ao longo dos seus 25 anos representando a maioria dos servidores federais, a Condsef já ouviu relatos que vão desde a necessidade de servidores/as se organizarem para pagar contas do órgão onde trabalham à ausência de materiais básicos ou mesmo instalações precárias. Somam-se a isso histórias de assédio moral e outras tantas situações que se juntam à também importante necessidade de garantir remunerações mais dignas aos/às profissionais que optam por servir a população.

Sim, é uma escolha. Sim, deve ser motivada pela vocação, por não ser uma profissão fácil. Mas não se pode negar a este/a trabalhador/a, por ter escolhido ser servidor/a, os direitos de todo/a trabalhador/a. Paralisações do setor público costumam ser bastante dolorosas tanto para a população quanto para os/a servidores/a. E sim, como disse o comentarista, o Estado deve atender bem a população. Há concordância com esse pensamento. Mas, para que isso aconteça, a Condsef lembra que é preciso que o Estado invista na qualidade dos serviços prestados a essa população e dê atenção às necessidades dos/as servidores que atuam na linha de frente do atendimento público.

Servidores/as que com seus movimentos promovem alertas e pedidos de socorro para chamar a atenção para a situação de caos que afeta, principalmente, os serviços prestados diretamente àqueles/as que pagam em dia seus impostos. É importante que a sociedade compreenda que as mobilizações que muitas vezes prejudicam o/a contribuinte acontecem justamente para que aquele serviço, já bastante precário, possa melhorar. Os/as servidores/as compreendem que a população é a última a merecer enfrentar as mazelas de uma greve, quando esta acontece. No entanto, para aqueles/as que estão na linha de frente do atendimento, lutar com a mobilização e greves legítimas para cobrar o Estado são reações necessárias para conquista de condutas de gestão que tirem o serviço público da situação de caos em que se encontra.

Isso se faz também com gestão administrativa eficiente e investimentos adequados nas carreiras que prestam atendimento essencial que a população paga caro para ter direito. Por entender a importância dessa luta, os/as servidores/as vão seguir cobrando do governo, com greves legítimas quando assim preciso for, os investimentos adequados a melhores condições de trabalho que passam não só pelo respeito essencial ao/à profissional que exerce suas funções diariamente, como também respeito ao/à contribuinte que, quando vai recorrer a um serviço, merece encontrar atendimento digno que deve ser garantido pelo Estado a todo/a cidadão/ã.


Servidores/as valorizados/as e serviço público de qualidade

– Nós, servidores/as federais, temos papel decisivo nesse processo. Por meio de nossa luta, vamos continuar cobrando valorização de nossas categorias e investimentos públicos adequados que vão refletir em serviços de qualidade para a sociedade. Não podemos e não vamos descansar. Este não está sendo um ano fácil e sabemos que teremos alguns outros anos difíceis pela frente. A Condsef volta a reforçar que, antes do lucro, o governo deve visar o cumprimento do que prevê a Constituição.

Todo/a cidadão/ã tem direito à educação, à saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade, à infância e assistência aos/às desamparados/as. Cabe ao Estado zelar por esses direitos e garantir que todos/as tenham acesso a eles. Mas há uma política em curso que não está em sintonia com o que espera a população. Precisamos continuar combatendo essa política que prioriza minorias privilegiadas e reforçar a defesa dos interesses da maioria da população.

É para combater políticas equivocadas que a Condsef destaca a necessidade de se intensificar a luta dos servidores por melhores condições de trabalho e serviços públicos de qualidade para o Brasil. No Dia do/a Servidor/a, lembramos a importância dessa luta. Mas ela é uma luta diária. Sem descanso. É na expectativa de dias melhores que vamos continuar acreditando, nos organizando e nos dedicando na defesa de um Brasil melhor para todos.



Condsef