Docentes da UFMS analisam políticas sindicais federativas e seccionais

Professoras e professores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) analisaram, em Campo Grande, a organização docente nas instituições federais de ensino superior (Ifes) durante seminário promovido e organizado pela diretoria

Gestão Autonomia Sindical

, da

ADUFMS

, na terça-feira 23 e na quarta 24. Os desafios da representação das entidades locais e federais nortearam a pauta sobre concepção sindical.

Além da

ADUFMS-Sindical

e de docentes da UFMS, representantes da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior de Porto Alegre (ADufrgs-Sindical) e do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) estiveram no evento.

O sistema federativo (que em sua essência se caracteriza por sindicatos nas bases, ligados a uma federação nacional) e o modelo seccional (com um sindicato nacional e seções nas Ifes) foram debatidos.

De acordo com o presidente da Proifes, professor Eduardo Rolim de Oliveira, o modo federativo abrangeria como mais eficiência a democracia e a autonomia sindical, priorizando o sindical de cada Ifes e sua relação com as docentes e os docentes. “O respeito à base, que é soberana”, explica o sindicalista. Rolim acredita que o modelo de sindicato nacional cerceia a organização nas universidades.

Pela via sindicato nacional, o presidente do Andes, Paulo Marcos Borges Rizzo, também defende autonomia. “O sindicato tem de ter lugar para todos. Ele tem de ser autônomo”. Rizzo enfatiza a organização seccional. “Seção sindical não é uma federação; ela (seção sindical) é parte integrante.” Conforme o artigo 44 do Estatuto da entidade presidida por Rizzo, “A SEÇÃO SINDICAL (S.SIND) ou AD-SEÇÃO SINDICAL (AD-S. SIND) é indissociável, constituindo-se na menor instância organizativa e deliberativa territorial do ANDES-SINDICATO NACIONAL” (as expressões maiúsculas constam no Estatuto). No caso da Proifes, à maneira federativa, estabelece-se no artigo 13 da entidade que “o Conselho Deliberativo, que corresponde à Assembléia Geral, é a instância decisória máxima” (


sobre as formas de organização do Andes e da Proifes, ver mais detalhes clicando em links no final deste texto


).


Representação

– No tocante à Federação, há crítica sobre essa organização sindical. O diretor de Promoções Sociais, Culturais e Científicas da

ADUFMS

, professor Ronny Machado de Moraes (

Campus

do Pantanal – Corumbá) avaliou a representatividade da Federação. “A Proifes não nos representa.”

Existe também a visão de que tanto a Proifes quanto o Sindicato Nacional estão aquém de uma representação adequada das bases. O professor Rui Corrêa Filho (UFMS-Campo Grande) levantou, no segundo dia do seminário (quarta-feira 24), o seguinte questionamento: “Que sindicato a Proifes e o Andes representam?” Corrêa Filho complementa: “o sentimento é de não se ver representado.”

No primeiro dia do seminário (terça-feira 23), a presidenta do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior de Porto Alegre (ADufrgs-Sindical), professora Maria Luiza Ambros von Holleben discorreu que a “desmobilização não é uma exclusividade do movimento docente”. Conforme Holleben, a procura por organização sindical que consiga despertar o interesse de professores e professoras universitários passa pela compreensão das peculiaridades da categoria em cada região/estado. “Cada sindicato deve buscar uma forma de organização e mobilização.”

Ainda na terça-feira 23, no mesmo evento, o diretor-presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato),

Flávio Alves da Silva, compartilhou da mesma posição de Holleben, no tange à falta de política sindical que estimule a participação docente. “Cada vez mais a pessoas perdem interesse em participar de assembleias.”

No aspecto organizacional e de mobilização, a nova diretoria da

ADUFMS-Sindical

vem desenvolvendo política no sentido recuperar a essência da entidade: a participação crítica da docência da UFMS. O diretor-financeiro do Sindicado de Professores/as da UFMS, professor Marco Aurélio Stefanes, disse, durante o seminário, que a

Gestão Autonomia Sindical

está empenhada em reconstruir a

ADUFMS

.

Em sua intervenção durante o seminário, a professora Maria Dilnéia (UFMS-Campo Grande) analisou que a polarização Andes-Proifes fragilizou a organização das professoras e dos professores do magistério superior. A docente explicou que, pela atual conjuntura, o movimento “tem que ter uma direção”. Maria Dilnéia descreveu que o movimento sindical da docência deve pautar, entre outras bandeiras, “por uma educação superior de qualidade”.

No que se refere à qualidade, uma das principais lutas do movimento docente das Ifes é o combate à sobrecarga de aulas. A vice-presidenta da

ADUFMS-Sindical

, professora Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, criticou o que chamou de “produtivismo”, que afeta a qualidade da produção científica na universidade. De acordo com a sindicalista, é impossível ao professor e à professora dar 19, 20, até 27 horas-aula, e ao mesmo tempo ter uma produção de qualidade.



Sobre organização e mobilização sindicais, veja mais detalhes nos estatutos da Proifes e do Antes:



http://proifes.org.br/institucional/2/estatuto



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http://portal.andes.org.br/secretaria/estatuto/sec-est-54873671.pdf


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Assessoria de Comunicação da ADUFMS-Sindical