Docentes da UFMS discutem crise e papel da comunicação







Docentes se reuniram na Concha Acústica para estabelecer diálogos com a comunidade –

Fotos: Gerson Jara/ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional


⇒UM GRUPO DE PROFESSORES E PROFESSORAS

dos cursos de Jornalismo e Artes Visuais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), por iniciativa própria, promoveram na tarde de quarta-feira (18-09) às 17h na Concha Acústica da Cidade Universitária Campo Grande roda de conversa para avaliar a atual crise econômica e institucional do país e o papel da comunicação na conjuntura.

A conversa reuniu cerca de cem pessoas interessadas em conhecer o atual momento sob o ponto de vista das teorias da comunicação.

O debate girou em torno da qualidade da informação produzida pelas redes sociais e o que faz as pessoas acreditarem e disseminarem

fake news

como forma de desgastar as instituições e pensamentos divergentes.

Na visão de alguns e algumas docentes, vem ocorrendo o predomínio do discurso do ódio e mentiras disseminadas pelas redes sociais. Esse sentimento traz posições ideológicas involucradas, extremas, que não permitem diálogo com pensamentos diferentes. Há nesse comportamento recusa de dados e estatísticas como base de argumentação, além da negação das instituições do Estado e entidades representativas. “Chegamos a uma situação tão extremada que antes criticávamos a democracia liberal e agora temos que fazer a sua defesa em razão da onda conservadora que ganha espaço na sociedade”, reclamou uma docente.

Diante da falta de diálogo, outra docente considerou que esse não é momento de afrontar discursos, mas de estabelecer questionamentos e reflexões, pois cada pessoa tem seu histórico de vida, visão de mundo e posicionamento. Neste contexto deve ser considerado o fator emocional, lugar de fala e o respeito a posições políticas e religiosas, o que não significa, no entanto, que nada pode ser questionado, o que seria imposição da verdade única.







Comunidade universitária interage com docentes e participa das reflexões sobre o tema

No diálogo ficou caracterizado que o jornalismo e as artes terão que se reinventar para resgatar a credibilidade e o gosto das pessoas. A partir daí, recuperar a capacidade de diálogo e a motivação para defesa da democracia, contra o pensamento único do Estado a serviço do grande capital e não do bem-estar social. Essa forma neoliberal de pensar está hegemonizada na sociedade, mas enfrenta resistência.

Outra questão discutida foi sob o controle da informação. A discussão envolveu o papel da rádio universitária da UFMS, “que serve a reitoria, mas não é utilizada como espaço de extensão do Curso de Jornalismo”, criticou uma estudante.

No contexto, uma das conclusões dos/as debatedores/as é de que o jornalismo e o jornalista terão que ter capacidade de se reinventar, explorar contradições e suscitar reflexões sobre as pseudoverdades construídas e reproduzidas pelos fluxos informativos das redes sociais.  Quanto à universidade frente aos ataques aos quais está submetida, seu papel é defesa do livre pensamento e da desconstrução de inverdades produzidas ao gosto de grupos corporativos privados. “Eles que querem que a gente venda a universidade para pagar a conta de luz”, ironizou um docente.



Assessoria de Imprensa da ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional