E, no ato-show MS Diretas Já, ‘fora conde Drácula!’



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Imaginário Maracangalha: perspectiva crítica e provocadora

(Fotos: Arnor Ribeiro/ADUFMS-Sindicato)

As apresentações multiarte e protestos deram o tom à participação de centenas de pessoas no início desta semana na Capital sul-mato-grossense. Música, dança (


Tango de Roxanne


, pelo Grupo Bailah), variadas performances, poesia, intervenções teatrais e poéticas, além de outras atividades artísticas, se conjugaram à atuação do público no ato-show

MS Diretas Já!

– nenhum direito a menos! Tudo isso porque “o povo que ousa sonhar constrói o poder popular”, bradava-se. Em alusão ao rosto e ao penteado vampíricos de Temer, Santo Chico (banda) cutucava: “Fora conde Drácula!” O cantor e compositor Gilson Espíndola improvisou “fora Temer, Direta Já”, dentro da melodia de uma canção cantada por ele durante o evento. “Toca a ‘viola’!”, pedia o público para que os sons descessem aos ouvidos.

Uma canção-protesto contra a ditadura civil-militar, lá do final da década de 1960, de Geraldo Vandré –


Pra não dizer que não falei das flores


(


Caminhando


) –, que chama cidadãs, cidadãos, toda a gente brasileira, para a luta democrática, soou por meio dos versos “Vem, vamos embora, que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, na voz do cinquentão grupo Acaba.

O evento aconteceu na Esplanada Ferroviária em Campo Grande. As atividades político-artísticas começaram na tarde do domingo 25 de junho e ultrapassaram a zero hora da segunda-feira 26. Além do fora-temer, houve manifestações contra a terceirização, bem como contra as propostas de alteração da Previdência e dos direitos trabalhistas, chamadas de “contrarreformas”. Enfim, toda a indignação contra as reformas que estão sendo empurradas goela abaixo.



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Intervenção poética de Jorge Barros: crítica mordaz à mídia

Houve mais de quarenta apresentações intercaladas com as chamadas das apresentadoras do evento, Romilda Pizzani e Fernanda Kunzler, que reforçaram a necessidade de lutar pelas eleições diretas (já!), ecoando “fora Temer, fora Temer, fora Temer…! Nessa grande jornada da arte pela democracia, não faltou espaço para as crianças exercitarem a criatividade e a cidadania.  Em meio a narrativas e apresentações, o convite para que as pessoas participassem das manifestações durante a

Greve Geral do dia 30 de junho (sexta-feira)

.

A intervenção poética


Brasil


, de Jorge Barros, com uma crítica mordaz à mídia que defende os interesses de setores dominantes da sociedade e do poder, emblemou-se na Rede Globo de Televisão, abriu o ato-show. Barros também fulminou o capital transnacional que domina a economia no país. Em seguida veio


Cantos da Cantuária


ou


Os Contos de Canterbury


(século XIV, escritos por Geoffrey Chaucer), interpretado pelo pessoal do Teatro Imaginário Maracangalha que, com suas já consagradas apresentações ao ar livre – afinal, como se diziam as vozes do ato-show, “a rua é nossa! A cultura é nossa! Então, vamos ocupar!” –, fixou as atenções de crianças, adolescentes, adultas/os e idosas/os, ou seja povos de todos os

pueblos

. Como se autodefine em sua página no facebook, o Imaginário Maracangalha, “por opção estética, trabalha a pesquisa em teatro de rua e espaços não convencionais para encenação numa perspectiva crítica e provocadora.” E por aí seguiu o ato-show na tarde, noite adentro, até o começo da madrugada de segunda-feira. Muitas performances sob os brados “diretas já, nenhum direito a menos”.

As canções de Pedro Espíndola foram os cantos de abertura das apresentações musicais. “Fora Temer! Fora todos esses canalhas!”, protestou o músico. Mais adiante Maria Alice cantou e se indignou. “Cadeia para os corruptos que estão acabando com o nosso país.” Do cantor Dagata ouviu-se: “Com esse povo no poder, não dá para ser feliz.”

O cantor, compositor e instrumentista Antonio (Toninho) Porto também levou sua música ao show-protesto. Na página MS Diretas Já no

face

foi publicado um texto de Porto, no qual, há o seguinte trecho: “O impeachment de Dilma, na minha opinião, tratava-se da maior vergonha política da humanidade junto ao Nazismo. E, no meu país. Sim … é meu também. E por isso nunca deixei de lutar contra essa atrocidade que resultou neste lixo de chorume já visceral que corre ao invés de sangue, pelas veias de milhões de brasileiros.”

Projeções de vídeo mapping sobre a fachada do prédio da antiga estação ferroviária davam traços luminosos, cores marcantes, ao ato-show que terminou aos 44 minutos da segunda-feira 26 com o fim da apresentação da banda Engenheiro Edson. O evento foi realizado pelo Comitê Estadual Contra as Reformas Previdenciária e Trabalhista, do qual faz parte entidades como a

ADUFMS-Sindicato

, e pelo Movimento Cultural.



Assessoria de Imprensa da ADUFMS-Sindicato