Em 2019 a ousadia universitária resiste ao medo

− PACOTE DE MUDANÇAS que prejudicaram a Previdência, o corte de verbas na educação superior e o autoritarismo dentro das universidades foram enfrentados na rua. Em 2019 houve uma das maiores mobilizações da comunidade da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), no dia 15 de maio. A atividade foi realizada em conjunto com a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS), ADUEMS Seção Sindical do ANDES-SN (Sindicato Nacional), estudantes, professores e técnicas/os do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS). 

A concentração dos participantes aconteceu próximo ao viaduto e seguiu em passeata até o terminal Morenão e retornou até o paliteiro. 

No dia 15 de maio, a comunidade universitária ocupou a praça Ary Coelho, em ato em defesa da democracia e contra o corte de verbas.

No dia 18 de agosto, a categoria aderiu à Greve Nacional da Educação e fortaleceu a passeata com mais de 15 mil pessoas pelas principais ruas de Campo Grande e com concentração na Praça do Rádio.  

No dia 3 de outubro aconteceu o Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Universidade Pública com concentração em frente à biblioteca e arrastões nos corredores da UFMS, até o Hospital Veterinário da Famez.  No mesmo período aconteceu a ocupação do Bloco 6 pelas/os estudantes universitárias/os. 


A palavra de ordem em 2019 foi de resistência ao desrespeito às/aos servidoras/es públicas/os e à educação em todos os níveis. O que era sintoma de segurança, estabilidade e valorização profissional, nesse atual governo passou a ser desconstruído como castelo de areia.   A carreira docente universitária, que então servia de orgulho e inspiração para a juventude, passou a ser atacada de forma caluniosa, mentirosa e desrespeitosa.


As conquistas da Constituição de 1988, ocorridas na efervescência da cidadania, vem sendo dilapidadas uma a uma por meio de uma articulação jurídica, midiática e governamental. Estão em risco a estabilidade no emprego, o concurso público como acesso à carreira, bem como as promoções e a até mesmo os salários.

 A Lei do Teto Orçamentário congelou os investimentos em áreas sociais estratégicas como educação, saúde e programas sociais. Os recursos do Pré-Sal estão sendo usados para cobrir os rombos nos caixas das prefeituras e estados. Sem falar nos cortes drásticos nos programas de iniciação científica, PIBID e PEBIC e Sem Fronteira, o que leva o ensino a se concentrar tão somente na mera reprodução de conteúdo.

As mudanças no sistema de Previdência sepultaram a expectativa de aposentadoria da categoria em uma idade que possibilite desfrutar a vida de forma decente.  O conjunto trabalhadoras/es brasileiras/os vai pagar mais, contribuir mais e receber menos. Para conseguir ganhar acima do teto do INSS, a categoria é empurrada mais uma vez a contribuir para o Funpresp-Exe e jogar o futuro nas mãos da especulação financeira.

Diante desse quadro, não houve a ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional outra alternativa a não ser de oposição e resistência ao desmantelamento do serviço público, em defesa da educação e da universidade pública.

Mesmo diante das limitações de tempo por não contar com dirigentes liberados e prestar serviços voluntários, a entidade esteve à frente das grandes mobilizações em defesa da democracia e da universidade pública.

Nas jornadas de 2020 a ADUFMS Seção Sindical conta com a participação de todas e todos!