Em Assembleia, professores se posicionam contra retorno a atividades presenciais na UFMS

Na tarde desta quarta-feira, dia 3, professores da UFMS se reuniram em Assembléia Geral convocada pela ADUFMS (Associação dos Docentes da UFMS) para debater e votar temas urgentes, incluindo o retorno às aulas.

Recentemente a reitoria da UFMS divulgou dois documentos sobre o retorno às atividades no primeiro semestre de 2021, em que resumidamente transfere para a direção das unidades da universidade a responsabilidade pela decisão sobre a volta às atividades presenciais e, ao mesmo tempo, recomenda de forma informal que ocorram “aulas teóricas" de forma remota e “aulas práticas" de forma presencial, um suposto ensino híbrido, que trouxe questionamentos à comunidade docente por ser mais um neologismo desse novo momento de pandemia, isto é, um termo vazio e sem referencial teórico do ponto de vista pedagógico. 

“Nós fizemos dois pedidos oficiais relatando todas as nossas preocupações de biossegurança e solicitando um posicionamento da reitoria há meses atrás. Não tivemos respostas. Precisamos recorrer ao ministério público para conseguir algum posicionamento da reitoria. E essa postura de abstenção e ao mesmo tempo de confusão e ambiguidade sobre o retorno às atividades presenciais, no momento mais grave da pandemia, em que uma pessoa está morrendo a cada 50 segundos, demonstra o descaso com a comunidade acadêmica”, pontua Marco Aurélio Stefanes, presidente da ADUFMS. 

No campus de Aquidauana, por exemplo, a direção determinou, em conjunto com os cursos, que as aulas se mantenham remotas apenas para os alunos, mas que os docentes realizem as atividades de pesquisa, extensão e administrativas de forma presencial, mesmo sem a vacinação dos professores e técnicos.

Para a professora Ana Paula Batarce, da sub-seção sindical da ADUFMS na cidade, a UFM S está tomando um caminho inverso neste momento: “Enquanto as universidades públicas de São Paulo, Campinas, estão fechando totalmente suas atividades para proteger as pessoas devido a este momento de avanço e pico da pandemia, a UFMS ignora as medidas preventivas e de biossegurança que são as únicas coisas que podem salvar nossas vidas e estão fazendo o contrário, enquanto em Campo Grande já está faltando oxigênio", adverte.

O mesmo ocorreu no campus de Três Lagoas. Segundo a Profa. Mariana de Oliveira, da sub-seção sindical da ADUFMS, “os professores estão muito preocupados, temem por seus empregos mas também por suas vidas”. Z

De acordo com presidente da ADUFMS, quanto às portarias da reitoria e ofícios de diretores de unidades/campus recomendando ou mesmo determinando o retorno presencial dos docentes ao trabalho presencial, os professores da UFMS votaram em Assembléia Geral que dirão não, categoricamente, a qualquer tipo de retorno à atividade presencial antes da vacinação. Seja do trabalho docente durante as aulas online, do trabalho administrativo ou mesmo das supostas “aulas práticas” ou “híbridas” (incluindo áreas de pesquisa, projeto e extensão). “E se por acaso houver algum tipo de imposição ou represália aos professores por essa decisão, nós daremos encaminhamento ao processo de greve sanitária”, anunciou.