Entidades propõem a construção da cultura de paz em solenidade de comemoração dos 70 anos dos Direitos Humanos






Prof. Mariuza Guimarães reafirma compromisso da Adufms-Sindicato na defesa dos direitos humanos – Foto Jacqueline Bezerra






“Ninguém solta a mão de ninguém” marca o compromisso dos presentes com a construção da cultura da paz. Foto Jacqueline Bezerra.






Poeta Emmanoel Marinho declama versos que criticam a violoção dos direitos humanos em Mato Grosso do Sul. Foto Jacqueline Bezerra

Os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos humanos em Mato Grosso do sul contou a organização da sessão solene  “Ninguém solta a mão de ninguém!”,  proposta pelo deputado estadual Pedro Kemp (PT), vice-líder do PT-MS na Casa de Leis.  O evento aconteceu na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, na segunda-feira (10.12.2018). Contou com a participação da presidenta da ADUFMS-Sindicato, Mariuza Guimarães e representantes de mais de 18 organizações não governamentais e universidades que atuam pela promoção dos direitos fundamentais da pessoa humana, objetivando a construção de uma cultura de paz e igualdade entre os cidadãos.

De acordo com site da Assembléia da Legislativa,  o deputado Pedro Kemp mencionou o artigo primeiro da Declaração dos Direito Humanos em seu discurso. ‘Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.Este é início do conceito mais belo que a humanidade pode fazer, trouxe o anseio de uma sociedade onde todos possam viver de forma igualitária e fraternal. O conceito de direitos humanos ainda é confundido com proteção a bandidos, e não é isso, e a violação destes direitos ocorre diariamente. Aqui no Estado há vários exemplos de violação, a situação degradante dos indígenas, o alto índice de violência contra as mulheres, a violência no trânsito, a falta de moradia, a falta de remédios nos postos de saúde. Devemos reacender dentro de nós a chama pelos direitos fundamentais da dignidade das pessoas, portanto ninguém solta a mão de ninguém para essa luz jamais se apagar”, declarou.

Como descreveu o site, o índio terena Lindomar Ferreira da Silva, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), falou da situação vivida pelo seu povo. “Vemos com muita tristeza a falando, dia após dia de uma ordem de reintegração de posse, sem ordem judicial a ser cumprida. Machuca falar deste tema, mas é preciso que saibam o que passamos em nossas comunidades. Mato Grosso do Sul é o Estado que mais assassina os povos indígenas, mais discrimina, mais desrespeita. Nossas autoridades sequer têm a coragem de apontar um caminho para solucionar a insegurança jurídica que acontece aqui. Embora esse momento seja tão obscuro para os povos indígenas, nós continuaremos a lutar na defesa dos nossos direitos e das futuras gerações”, desabafou.

No mesmo relato, a assistente social Estela Márcia Rondina, da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos, disse que era preciso ter esperança. “Há um mundo que há quase 24 horas atrás está celebrando os direitos humanos no mundo inteiro. A luta pelos direitos humanos não tem retorno, podem querer nos matar e até conseguir, mas não darão conta de desfazer todas as estradas que construímos, nem todos os sonhos que nós plantamos. Temos grandes desafios, resolvemos nos juntar por um tempo numa segunda-feira a noite. Esta pequena democracia que construímos ninguém vai esquecer, afinal de contas, há dez anos atrás não teríamos essa representatividade de tantos movimentos diferentes. Temos que aprender a conviver com a diversidade. Precisamos construir amorosidade, acreditando firmemente na capacidade do ser humano de mudar as coisas, e construindo as pontes necessárias para a interação dos movimentos”, enfatizou.

A matéria narra também que “na solenidade, o Professor Izadir de Oliveira recebeu o Diploma de Honra ao Mérito o professor Izadir Oliveira, do projeto Diversidade étnico-racial e cultural Africanidades. O Instituto Amigos do Coração (IAC) recebeu a Medalha Ricardo Brandão de Direitos Humanos, instituída pela Resolução 82/2018. Também foi diplomado o odontólogo Estevom Molica, presidente do IAC.  Falou da alegria em ser reconhecido pelo trabalho realizado pelo instituto. “Sou mineiro, sul-mato-grossense de coração e nunca esperei estar a frente de uma instituição com mais de 300 voluntários. Somos hoje uma Organização Não Governamental (Ong) genuinamente sul-mato-grossense. Não imaginava que a gente ia chegar onde chegamos hoje. Ficamos chocados com a vulnerabilidade dos que estamos ajudando e a nossa luta não pode acabar. Um mundo melhor só se faz com atitudes solidárias. Que todos que estão aqui se tornem também voluntários de nossa causa”, considerou.

Vídeo – A deputada federal Maria do Rosário (PT/RS) enviou uma mensagem a todos os presentes em vídeo. “A defesa dos direitos humanos deve mobilizar a nossa alma. Sejamos nós a declaração viva, a declaração universal dos direitos humanos. Que em cada lugar do Brasil e do mundo toda vida seja dignificada nos termos da declaração, da dignidade e da democracia”, ressaltou.

Fonte: Christiane Mesquita/AL-MS   Foto: Wagner Guimarães