Faeng-UFMS retira placas de formand@s e causa indignação







Placas ‘guardadas’ sem zelo

(Fotos: José Francisco de Lima)

A retirada de placas de formad@s egress@s dos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo ressoou como descuido da direção da Faculdade de Engenharias,  Arquitetura e Urbanismo e Geografia (Faeng) em relação às trajetórias acadêmicas e à história da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS-Campo Grande).

O caso repercutiu

na imprensa

e

em rede social

, a partir de denúncia do professor aposentado da UFMS, engenheiro civil José Francisco de Lima. Ele manifestou seu desapontamento. “Analiso como uma grande frustração, já que as placas faziam parte da história. Foi uma falta de respeito com a história do Curso de Engenharia Civil e da Arquitetura e Urbanismo.”

As peças estavam fixadas no Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMCC), no bloco da Engenharia Civil, antigo Departamento de Estrutura e Construção Civil (DECC). Foram arrancadas para que as paredes fossem pintadas.  “

Tinham placas lá anteriores ao ano 2000, onde constavam patrono, paraninfo, nome de turma e o nome dos alunos formados

”, explicou José Francisco.

Após a repercussão pública, com muitas críticas, a administração central da universidade, por meio da vice-reitora Camila Celeste Brandão Ferreira Ítavo, reitora em exercício, pediu que fosse feito reunião (ocorrida na segunda-feira 14) para discutir as circunstâncias em que as placas foram retiradas.

Conforme está em ata da reunião, o diretor em exercício da Faeng e coordenador do Curso de Engenharia Civil, Ganem Jean Tebcharani, disse “que ficou chateado com a situação de ser ex-aluno do professor José Francisco e se colocar na situação de questionar o antigo mestre por ter visto uma postagem em rede social sem ser antes consultado sobre o assunto”.  Embora Tebcharani se sinta constrangido, a providência para apurar a responsabilidade sobre a retirada das peças só foi tomada depois da denúncia. Em nota publicada na terça-feira 15 no site da UFMS a direção da Faeng informou “

que determinou a instauração de sindicância para a apuração de responsabilidade sobre o ocorrido

”.

Entre todas as placas removidas, o docente José Francisco só conseguiu recuperar dez. O professor disse ter sido informado na reunião do dia 14 de que as “demais placas [da Engenharia Civil] foram entregues informalmente aos membros das turmas que formaram. Mas isso não tem uma documentação, não tem nenhum protocolo de entrega. Não tem na disso”. Na reunião de segunda-feira da semana passada o professor foi orientado pela direção da Faeng a ficar as peças recolhidas por ele na condição de fiel depositário. “Posteriormente recebi um ofício do diretor da Faeng solicitando que eu entregasse as placas até hoje [15-1-2019] para guardar e




providenciar um local honroso para locação das mesmas”, explicou. O docente devolveu à faculdade as peças que estavam com ele. Na ata da reunião da semana passada está registrado que as placas “das turmas de Arquitetura e Urbanismo [foram] devolvidas ao curso”.

Com

o caso enfaticamente comentado em rede social e depois da reunião da qual participou José Francisco

, a direção da Faeng passou a dar importância às placas arrancadas e jogadas sem a devida atenção em um espaço da faculdade.  “Disseram que as placas não tinham importância, continham erros e não tinham valor oficial. Agora, de repente, começaram a fazer parte do patrimônio histórico”, estranhou o docente. Na ata da reunião de 14 de janeiro está registrado o alerta do professor aposentado, de “que é preciso ter cuidado para tratar com a memória das pessoas”.

Só restaram fixadas as placas com egress@s desde 1970 (

foto ao lado

). O professor José Francisco lembrou que foi ele quem colocou essa placa, “na comemoração dos 45  anos de implantação do Curso de Engenharia Civil, com o patrocínio do Crea-MS [Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul]. Sem um tostão da UFMS”.



Assessoria de Imprensa da ADUMS-Sindicato