Greve das universidades federais passa de 80 dias sem previsão de término

Até o momento, 50 universidades e institutos federais seguem em greve e reivindicam por reajuste salarial e mais investimentos para educação
Redação, www.administradores.com, 18 de agosto de 2015, às 16h40

Wilson Dias/Agência Brasil
No dia 28 de maio, o Comando Nacional de Greve (CNG) do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) divulgou por meio de nota oficial que docentes de 18 universidades e institutos federais aderiram à paralisação das atividades por tempo indeterminado. Hoje, passados mais de 80 dias, o número de universidades que aderiram à greve aumentou para 50 e, sem acordos, matém-se sem previsão de término.

Os professores reivindicam por valorização salarial de ativos e aposentados, garantia da autonomia universitária, defesa do caráter público da universidade, garantia da autonomia universitária, reestruturação da carreira, mais investimentos para educação e pedem revogação do corte orçamentário. Segundo a categoria, mais de 13 ofícios foram enviados ao governo a fim de tratar das demandas. No entanto, todos foram protocolados e não obtiveram respostas.

Em greve a dois meses, professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançaram no início deste mês a campanha #dialogaJanine, solicitando que o ministro da Educação, Renato Janine, reúna-se com representantes das instituições federais. Segundo o presidente da Associação dos Docentes da UFRJ, Cláudio Rezende Ribeiro, as reuniões estão sendo realizadas junto a secretários do Ministério da Educação (MEC). Em nota, MEC disse estar aberto ao diálogo desde o início. O reitor da UFRJ, Roberto Leher, afirmou em entrevista ao Globo que, em setembro, “a universidade [estará] sem condições de honrar” suas contas devido ao corte de gastos.

O CNG, em comunicado publicado no último sábado (15), fez uma avaliação dos avanços das negociações e os maiores embates de interesses nos últimos 80 dias. “O governo federal aprofunda, ainda mais, sua política de ajuste fiscal, através da ampliação dos cortes no orçamento destinado à garantia dos serviços públicos fundamentais. […] A síntese de tal política se dá no tripé destruição de direitos, arrocho salarial permanente e criminalização das lutas e dos movimentos sociais”, afirma a nota.