Lei da Mordaça sufoca denúncias de abuso sexual e da prática de prostituição infantil, alerta pesquisador da UFMS





Na palestra “Liberdade de ensino na escola e na universidade” realizada na segunda-feira (21-05), no auditório da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) em Campo Grande o Professor  Doutor Tiago Duque do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) alertou que a aprovação do Projeto de Lei 191/2017 (Lei da Mordaça) pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul pode ter efeito contrário ao propósito, estimulando a pedofilia e a prostituição infantil, devido ao cerceamento da discussão sobre sexualidade nas escolas públicas.

O pesquisador reiterou que a maioria dos casos de abuso sexual de criança e adolescentes acontece na família, dentro de casa, praticados por pais, parentes e amigos próximos. A aprovação pode beneficiar também a prostituição infantil, cujo os casos de abuso não são tratados pelo movimento Escola sem Partido. Opina que a proibição de temas envolvendo a educação nas escolas públicas vai sufocar as denúncias que reiteradamente acontece em sala de aula, em razão de laços de confiança estabelecidos com professores e professoras.

Tiago Duque lembrou que o autor inicial do projeto de Lei Escola sem Partido na Câmara de Vereadores, vereador Alceu Bueno (assassinado), foi caçado e processado por prática abusiva envolvendo adolescentes, em Campo Grande.







Evento reuniu docentes e estudantes da UEMS e da UFMS

– Fotos: Gerson Jara/ADUFMS-Sindicato.

Durante a exposição,  Duque apresentou diversos

memes

produzidos por meio do programa Escola sem Partido e distribuídos nas redes sociais de círculos religiosos fundamentalistas ou identificados com posturas políticas conservadoras. Analisou o caráter preconceituoso, machista, homofóbico e elitista das criações de qualidade ruim que exploram a imagem de crianças brancas, bem-vestidas, geralmente associadas à propaganda antipetista, antimarxista e anticomunista.

A propaganda veiculada pelo Escola sem Partido e pela Maçonaria ataca a teoria de gênero de forma dogmática, patrocinando o preconceito contra as pessoas não-heterossexuais.  Prega a neutralidade da educadora,  do educador, no ato de ensinar e a objetividade, mitos derrubados pela própria academia que já admite a manifestação da subjetividade no ato de se comunicar, educar, presentes nas artes e em outros fatos culturais.

Para o pesquisador a atuação do Escola sem Partido trabalha o conceito de pânico moral, assentado no pensamento monolítico cristão que fere o princípio do Estado e da escola laicos e para todos/as.



Assessoria de Imprensa da ADUFMS-Sindicato