Mobilização da Comunidade Universitária promove recuo da reitoria sobre Estatuto

 

Na reunião do Conselho Diretor da UFMS que ocorreu nesta manhã estava prevista a votação de uma pauta enviada em cima da hora para os conselheiros da Universidade. A proposta diz respeito a duas mudanças profundas no Estatuto da UFMS: 1. Alteração nas formas de financiamento da Universidade, possibilitando a abertura ao financiamento privado e assim também uma ingerência na gestão da Universidade e a consequente perda de sua autonomia científico-pedagógica, administrativa e patrimonial; e 2. Uma drástica mudança no Plano de Saúde dos servidores, retirando uma série de acessos aos serviços de saúde. Justamente no momento da maior crise sanitária da história brasileira.

Após uma intensa mobilização entre os técnicos, docentes e estudantes, principalmente por meio das mídias sociais; a divulgação de uma Carta Aberta da ADUFMS para a imprensa do Mato Grosso do Sul; e a veiculação de notícias na mídia a respeito da proposta, hoje durante a reunião, uma vitória: A proposta foi retirada de pauta.   

“Na realidade foram duas vitórias importantes hoje”, esclarece o presidente da ADUFMS, Marco Aurélio Stefanes. “A primeira no sentido da gestão reconhecer a necessidade de fazer um debate para apreciação de uma alteração do estatuto da envergadura que estava sendo proposta. A nossa nota já apontava no sentido da importância da retirada da pauta para da reunião de hoje para que houvesse um amplo debate dentro da instituição. E acredito que saímos bastante vitoriosos nesse aspecto”, celebra o professor.

A segunda vitória, de acordo com Stefanes diz respeito à questão da insalubridade dos servidores. “Temos vários setores dentro da universidade que são muito mais sensíveis e estão mais expostos a essas normativas. Precisamos ter uma regulamentação sobre isso, mas a proposta vinda da reitoria também não contemplou um debate adequado. Por isso nós votamos e a rejeitamos”, conta. “Agora vamos buscar um aprimoramento, uma redação adequada para uma uma proposta que contemple os anseios de toda a comunidade”.

Para o presidente da ADUFMS, essas duas vitórias foram muito significativas porque foram resultado da mobilização da própria comunidade acadêmica. “Como foram propostas, mais uma vez, feitas à revelia da comunidade, de forma antidemocrática, sem diálogo, muitos não sabiam do que estava acontecendo. Então essa mobilização entre docentes, técnicos e estudantes foi crucial para mostrarmos o quanto podemos conseguir quando nos unimos e nos mobilizamos”, celebra Stefanes. “Até porque esses debates vão continuar dentro da instituição”.