Posições sobre organização sindical e política salarial evidenciam divergências entre Andes e Proifes

As palestras e os debates realizados na terça-feira 23 e na quarta 24, durante seminário organizado em Campo Grande pela

ADUFMS-Sindical, Gestão Autonomia Sindical

, evidenciaram as diferentes posições da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) e do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) sobre concepção sindical e política salarial. As análises ocorridas durante o evento apontaram para questões como aparelhamento do Andes por partidos políticos e a falta de autonomia da Proifes.

O primeiro a expressar sua visão de sindicato foi o presidente da Proifes, professor Eduardo Rolim, que considera negativo o suposto envolvimento do Andes em questões partidárias. Rolim disse na terça-feira 23, em palestra à noite, no evento da ADUFMS, que a Proifes surgiu em 2004, primeiramente como Fórum dos Professores de Instituições Federais do Ensino Superior, em função da discordância de um grupo de docentes em relação à política de representação da categoria adotada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. Segundo o presidente da Proifes, posicionamentos do Andes aprofundaram o afastamento entre a base e os dirigentes sindicais.

Em participação no mesmo seminário nesta quarta-feira 24 pela manhã, o presidente do Andes, professor Paulo Marcos Borges Rizzo, defendeu a instituição à qual representa, afirmando que o Sindicato Nacional “não está atrelado a partidos políticos”. Rizzo sugere que a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior não surgiu como entidade independe. A Proifes, segundo o presidente do Andes, “foi gestada no Ministério da Educação”.

O Andes e a Proifes têm assumido cada vez mais posições divergentes na organização e representação de docentes das universidades federais. Prova disso foi em 2012, quando apenas a Proifes assinou acordo com o governo federal que, entre outros pontos, resultou em reajuste de salários em relação àquele ano: de 13% a 32% em março de 2013; de 19% a 36% em março de 2014; e de 25% a 44% para março de 2015. De acordo com o Andes, esse acordo teria contrariado posições dos/as professores/as do magistério universitário assumidas em assembleias. Tal comportamento da Proifes teria, conforme o presidente do Andes, Paulo Marcos, imposto desestruturação à carreira docente.

A nova diretoria da

ADUFMS-Sindical

resolveu pôr esse debate na pauta de sua gestão para que os/as docentes da UFMS decidam o que é mais viável no que se refere à filiação a entidades nacionais.