Transmissão ruim prejudica debate público entre reitoráveis da UFMS

16-07-2020

Críticas da candidata da Chapa 5, Lídia Maria, ao atual reitor e candidato da Chapa 2, Marcelo Turine, marcaram confronto de ideias



A QUEDA CONTÍNUA na transmissão do debate público organizado pela Comissão Eleitoral foi alvo de críticas de reitoráveis. A transmissão ao vivo aconteceu na quinta-feira (16-7) pela TV UFMS e o canal Youtube. O sistema oscilou por diversas vezes. 

As interferências prejudicaram a qualidade do debate de programas e projetos. De três mil visualizações e 940 acessos iniciais, as interrupções e o engessamento das regras fez com que o número caísse para somente 500 acessos.

A divulgação e a transmissão do debate chamado de “oficial” ocorreram previamente, com transmissão ao vivo pelo Facebook e pela TV UFMS. Todavia, por pressão de algumas chapas concorrentes, o nome foi mudado para Debate Público. 

As normas estabelecidas no cronograma previsto pela Comissão Eleitoral estabeleciam apenas a entrevista dos candidatos na FM Educativa da UFMS. O horário foi retrocedido para 16h e confundiu as/os interessadas/os. 

A promoção do debate  online organizado pela ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional e o Neab (Núcleo de Estudos Afrodescentes Brasileiros) forçaram a realização do debate com a participação do atual reitor.

O ponto alto do debate foram as críticas da candidata da Chapa 5 (Eficiência e Inovação), Lídia Maria Lopes Rodrigues Ribas, contra o atual reitor e candidato à reeleição da Chapa 2 (Todos Somos + UFMS), Marcelo Augusto Santos Turine, acusado candidata de estar respondendo a diversos processos judiciais, por problemas administrativos e transparência.  Rebatendo, o atual mandatário da reitoria respondeu que as acusações não passavam de fake News.


Turine e sua vice, Camila Ítavo, aproveitaram o debate para apresentar as realizações efetivadas na atual gestão. Apontaram entre as ações a elaboração Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), a concretização do plano de governança e a modernização, como a informatização do sistema de matrícula e de outros processos, bem como a reestruturação administrativa que criaram novas unidades setoriais.


No entanto, o candidato da chapa Chapa 3 UFMS + Vozes, Lincoln Carlos Silva de Oliveira somou-se à à professora Lídia nas críticas à burocratização excessiva e à incapacidade da atual gestão em adotar medidas administrativas simples que tornariam a UFMS mais eficiente, como a interface dos quatro sistemas de controle administrativo e pedagógico. 

Lincoln disparou contra a improvisação na implantação do sistema de aulas remotas, destacando como aspecto negativo o aumento do trancamento de matrículas e de desistência de alunas/os no Instituto de Química, do qual é professor, além da perda de qualidade nos conteúdos ministrados em laboratórios e estágios supervisionados.


A interferência nas eleições para diretores de faculdades também entrou em discussão. Houve críticas ao atual reitor pela nomeação de diretores que foram mais votados e preteridos na escolha. 


As/os candidatos de oposição não pouparam críticas ao projeto de privatização gradual da Universidade, por meio do Future-se ou Novo Future-se.

Para o docente a péssima qualidade do sistema de transmissão, reproduzida pela falta de qualidade técnica do debate, traduzia o processo de exclusão brutal de estudantes carentes sem acesso a computadores e internet de qualidade. Fez menção ao trabalho de implantação da Biblioteca Virtual, experiência que copiou de uma visita técnica de avaliação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), neste período de pandemia usada com toda a potencialidade de acadêmicas/os.   


Lídia comentou que a falta de qualificação prévia para a utilização das tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) fez com que as/ os docentes aprendessem a improvisar, sem o apoio institucional necessário, com o regramento definido pelo Comitê.


O compromisso de respeito à indicação das/os mais votadas/os em consultas da direções também não foi confirmados por Turine e Lídia. Ambos disseram que aceitariam indicação, desde de que tivessem os nomes integrando a lista tríplice das/os três mais votadas/os.  


A falta de abertura de concurso público entrou na pauta de discussão das/o candidatas/o)  Lídia, Elizabeth Bilange e Lincoln. Destacaram a necessidade de contratação de técnicas/os e docentes para campi da UFMS.


Em tom de crítica a Turine, defenderam a instituição de critérios, parâmetros e diagnósticos para a distribuição das vagas. 

A articulação com a bancada de Mato Grosso do Sul no Congresso e gestão junto ao Ministério da Educação (MEC) para que a política de cortes de investimentos nas universidades públicas cesse e possibilite  novos editais de contratação.

Bilange reiterou o compromisso da Universidade em defesa da democracia, de   enfrentamento ao fascismo, do combate à liberdade vigiada em detrimento da liberdade compartilhada. Pregou a resistência frente a medidas como extinção do Ministério do Trabalho pelo atual desgoverno.

Todos as/os candidatas/os também reiteram o compromisso na efetivação de políticas afirmativas e de superação das desigualdades de gênero, raça e orientação sexual.

Assessoria de Imprensa da ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional