Congresso do Andes orienta construção de greve geral unificada

04 abr, 2022 Adufms

Professores recebem homenagem em celebração ao centenário de Paulo Freire

Com tema “A Vida Acima dos Lucros”, evento ocorreu entre os dias 27 de março e 1º de abril

O 40º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), ocorrido em Porto Alegre durante os dias 27 de março e 1º de abril, foi marcado pelo retorno do evento em forma presencial. Encerrado com a “Carta de Porto Alegre”, em memória de Marcos Goular de Souza – funcionário do Andes-SN que faleceu em decorrência da Covid-19 –, o Congresso contou com deliberações pela defesa do reajuste salarial de 19,99% e do serviço público.

Com o tema “A vida acima dos lucros: Andes-SN 40 anos de luta!”, o Congresso contou com a elaboração do Plano de Lutas do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), no qual está encaminhada a construção da greve geral unificada dos/das servidores/as federais.

A Adufms esteve presente com delegação de seis docentes: o presidente Marco Aurélio Stefanes; a vice-presidente Mariuza Guimarães; a diretora do Sindicato em Aquidauana, Ana Paula Archanjo Batarce; os representante sindicais de Três Lagoas, Tarcísio Luiz Pereira, e de Corumbá, Waldson Luciano Corrêa Diniz; além do professor Dr. Magno Pinheiro de Almeida.

Com delegados/as de 89 seções sindicais, foi deliberado o prosseguimento da Campanha Salarial Unificada, pelo reajuste de 19,99%, contra a PEC 32 – que, se aprovada, representa o sucateamento do serviço público federal – e pela revogação do teto de gastos, junto às demais entidades representativas dos/das servidores/as. 

A rodada de assembleias pela construção da greve geral deve ocorrer entre os dias 11 e 14 de abril. A Comissão Nacional de Mobilização (CNM) será formada por membros das seções sindicais. Também foi definida, durante o Congresso, a intensificação da luta contra o Reuni Digital, além dos projetos Future-se, os Fundos Patrimoniais e Novos Caminhos, bem como qualquer projeto que vise enfraquecer a educação superior pública brasileira.

Ato contra autoritarismo e pelo serviço público de qualidade

Após o Congresso, docentes participaram do ato “Pelas Liberdades Democráticas e em Defesa do Serviço Público”, no dia 1º de abril. A concentração ocorreu pela manhã em frente ao Instituto da Educação, próximo à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 

A manifestação seguiu até a frente do Palácio do Piratini, sede do governo gaúcho, onde foi cobrado da gestão Eduardo Leite – agora substituído por Ranolfo Vieira Júnior – a valorização de servidores/as públicos/as. Um dia antes, o governo federal havia publicado, por meio do Ministério da Defesa, uma Ordem do Dia na qual exaltava o golpe de 1964.

A data e o local possuem simbolismo na luta pela democracia no Brasil, já que em 1º de abril de 1964 foi consolidado o golpe de 31 de março, dando início à ditadura militar-empresarial que duraria 21 anos. À época, o presidente da Câmara de Deputados, Ranieri Mazzilli, foi empossado como presidente da República em caráter provisório até o dia 15 de abril, quando entregou o cargo ao ditador Humberto de Alencar Castello Branco.

No mesmo Palácio do Piratini, o então governador Leonel Brizola havia liderado a resistência ao primeiro golpe contra o presidente João Goulart (“Jango”), em 1961, quando houve a tentativa de implementação do regime parlamentarista, derrotado pela Rede da Legalidade. Tanto Brizola quanto Jango se exilariam no Uruguai durante a ditadura.

Fotos da delegação da Adufms no Congresso e no Ato pelas Liberdades Democráticas e em Defesa do Serviço Público (clique para ampliar):

 

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