Adufms e movimentos sociais participam do 7 de Setembro pela Soberania em Campo Grande

Na manhã de ontem (7 de setembro), ocorreu a manifestação “7 de Setembro Pela Soberania do Povo Brasileiro em Campo Grande” durante o tradicional desfile no centro de Campo Grande em comemoração aos 203 anos da Independência do Brasil. O ato contou com a participação da Adufms, de Centrais Sindicais, da Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, de movimentos sociais e do Grito dos Excluídos e Excluídas, que também organizaram o Plebiscito Popular. A manifestação fez parte do Grito dos Excluídos, que ocorreu em 23 estados brasileiros.

As organizações sociais e sindicais foram às ruas para reivindicar um projeto popular de Brasil soberano e sem anistia aos envolvidos em tentativas de golpes de Estado. O primeiro ponto de pauta da manifestação foi a imposição de tarifas sobre a importação de produtos brasileiros pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que é considerado um ataque contra a economia e as instituições nacionais. Outras pautas da manifestação foram o Plebiscito Popular, sobre a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, o aumento da taxação sobre os super-ricos, o fim da escala 6×1 e a redução da jornada sem redução salarial. Na oportunidade, houve a coleta de votos para o plebiscito.

O vice-presidente da Adufms, professor Marco Aurélio Stefanes, falou sobre as reivindicações trazidas pelo movimento e destacou os problemas que o Brasil tem enfrentado. “Esta é uma data importante para nós reafirmamos a soberania nacional, uma soberania com democracia, respeito às instituições e, fundamentalmente, com o fim das mazelas sociais que o Brasil enfrenta. Queremos o fim da escala 6×1, queremos que o Imposto de Renda recaia principalmente sobre os mais ricos, aliviando a carga dos mais pobres, que a educação seja respeitada e que a Reforma Administrativa seja barrada no Congresso Nacional”, afirmou o professor. 

Movimentos em defesa dos direitos da população LGBTQIAPN+ também estiveram presentes e reivindicaram maior inclusão e fomento ao debate de pautas que resguardem os direitos das minorias.

Outra ação promovida pelo professor, filiado à Adufms, Paulo Cesar Duarte, junto do grupo “Coli$ão”, foi a performance chamada “GENOCÍDIO”, que buscou chamar a atenção da população para o genocídio palestino, que ocorre há décadas e se intensificou desde 8 de outubro de 2023 nos territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Sobre este evento, o professor Paulo ressaltou que “o grupo Coli$ão existe há 15 anos e essa é a 54ª performance que estamos fazendo. Sempre é um trabalho coletivo, somos um grupo de arte performática que ressalta a luta anti-capitalista, mostrando que a arte não é mercadoria. Abordar o tema do genocídio palestino tem tudo a ver, porque a grande luta política é uma luta universal, diz respeito a uma totalidade histórica, então nossa luta aqui é a luta do mundo, e o que está acontecendo na Palestina é um divisor de águas, de um capitalismo colonialista europeu e americano sendo enfraquecido ao passo que um projeto de valorização dos países do sul global vêm sendo potencializado”.

A caminhada do ato foi iniciada na Rua Dom Aquino, esquina com a Rua 13 de Maio, e finalizada no cruzamento com a Rua 15 de Novembro. O ato contou com a presença de diversos parlamentares de partidos de esquerda. Eles participaram da linha de frente da manifestação e enfrentaram resistência da Polícia Militar de Campo Grande diante do avanço da passeata. Sprays de pimenta foram lançados contra os parlamentares Jean Ferreira, Tiago Botelho e Camila Jara após protestos contra o atual governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que se retirou do local onde estava logo no início dos gritos de “Fora Riedel”. Os parlamentares logo denunciaram a ação repressiva em suas redes sociais.

Apesar das agressões, o movimento seguiu em frente e conseguiu concluir sua caminhada com o grito de ordem: “Sem Anistia”. Estima-se que tenham ocorrido 34 protestos em 32 municípios do país, incluindo o Distrito Federal, com reivindicações para as mesmas pautas.