“Números demonstram como é preocupante se falar em retorno às aulas presenciais”, diz técnica do DIEESE
Durante a chamada “segunda onda” da pandemia do COVID-19 no Brasil, o número de contratos de trabalho extintos por morte na área da educação cresceu 128% nos primeiros quatro meses de 2021, na comparação com o mesmo período de 2020. Dos cinco setores da economia com maior aumento da quantidade de desligamentos por morte, a educação é o que, em números absolutos, mais teve contratos extintos devido a óbitos. No total foram 1.479 desligamentos por morte apenas entre janeiro e abril de 2021.
Isso é o que demonstram a pesquisa e os dados do Boletim Emprego em Pauta N° 21 (JUNHO) do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Para a supervisora técnica do DIEESE em Mato Grosso do Sul Andreia Ferreira, os números que registram o aumento de extinção de contrato por morte do profissional mostram como é preocupante se falar em retorno às aulas presenciais em qualquer instância de ensino, inclusive o ensino público superior. “Mesmo considerando o caminhar da vacinação no estado de Mato Grosso do Sul, não é possível desprezar que essa não seja a realidade de outros estados nos quais residem estudantes da UFMS, tampouco as variantes do vírus que estão circulando pelo país”, alerta a supervisora.
Ferreira chama atenção também ao fato de que trabalhadores nas funções de apoio ao ensino, como trabalhadores dos setores de administração, limpeza e segurança, por exemplo, não foram contemplados nos grupos prioritários de vacinação. O que transparece nos dados do Boletim. Os trabalhadores/as dos serviços – que apoiam as atividades dos/as professores/as – formaram o segundo subgrupo mais afetado, com 263 desligamentos por morte.
O primeiro grupo mais afetado, que mais tiveram vínculos encerrados por morte, foram os profissionais do ensino (professores/as e coordenadores/as, entre outros), contabilizando 612 óbitos de janeiro a abril.
COVID-19, EDUCAÇÃO E MORTES NO MATO GROSSO DO SUL
Em Mato Grosso do Sul, nos primeiros quatro meses de 2021 foram registrados 15 desligamentos por morte de profissionais ligados à área da Educação, com destaque para três desligamentos entre ocupantes do cargo de Supervisor de Ensino, conforme classificação da CBO – classificação brasileira de ocupações. No mesmo período, de janeiro a abril, no ano de 2020 foram 7 desligamentos por profissionais da Educação e atividades de apoio no Mato Grosso do Sul.
Ainda de acordo com este registro, em 2021 houve um desligamento de Professor de ensino superior na área de orientação educacional e um de Professor instrutor de ensino e aprendizagem agroflorestal, além de um Coordenador pedagógico.
Entre os profissionais que faleceram no quadrimestre, foram cinco homens e dez mulheres – no ano passado, foram quatro e três profissionais, respectivamente.
Observando pela faixa etária, nove pessoas estavam na faixa dos 50 aos 64 anos e quatro pessoas na faixa de idade superior a 65 anos.
LEIA O BOLETIM N° 21 DO DIEESE NO LINK: https://www.dieese.org.br/boletimempregoempauta/2021/boletimEmpregoemPauta21.html