Cerca de vinte mil pessoas protestaram nesta quarta-feira 22 de março contra a Reforma da Previdência. “O povo no poder! O povo no poder! O povo no poder…!”, bradavam repetidamente, alto e em bom tom, @s manifestantes. “Isso é crime contra a classe trabalhadora”, ecoou uma voz. “Bolsonaro não tá com nada. Essa reforma é uma piada”, ouviu-se durante a primeira grande manifestação de defesa da Previdência Social Pública realizada este ano.
Docentes, estudantes e técnic@s-administrativ@s da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) se juntaram à multidão. A manifestação do Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência aconteceu no Centro de Campo Grande.
Dirigentes da
ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional
e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e dos Institutos Federais de Ensino, no Estado de Mato Grosso do Sul
(Sista-MS)
, empunharam bandeiras e carregaram faixas durante o protesto antirreforma.
A presidenta da
ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional
, professora Mariuza Aparecido Camillo Guimarães, apontou a situação instável pela qual passam docentes das universidades públicas em função da ameaça a seus direitos previdenciários. “Continuaremos na luta até que essa reforma seja enterrada”, assegurou a sindicalista.
Na concentração d@s manifestantes na Praça do Rádio Clube, o Teatro Imaginário Maracangalha apresentou
Sacrifício
, uma sátira ao poder autoritário. A peça faz parte da Trilogia do Golpe. As/os manifestantes velaram o caixão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 6/2019, da contrarreforma da Previdência) e a enterram simbolicamente. No sepultamento não faltaram velas, adeus e condolências à família da contrarreforma da Previdência. Caixão ao pé da cruz no canteiro central da avenida Afonso Pena.
As/os manifestantes saíram da Praça do Rádio Clube. Percorreram trechos da avenida Afonso Pena, das ruas Rui Barbosa, Maracaju e Treze de Maio. No cruzamento da Treze com a Afonso Pena fizeram ato vaiando parlamentares de Mato Grosso do Sul asseclas da PEC 6 no Congresso Nacional. Defenderam a necessidade de combater duramente deputad@s e senador@s que são contrári@s aos direitos previdenciários conquistados pel@s trabalhador@s ao longo de várias décadas.
Sindicalistas anunciaram que vão visitar parlamentares da Câmara e do Senado para cobrar del@s compromisso com a população de não avalizar a contrarreforma da Previdência.
Bonecos caricaturizaram polític@s de Mato Grosso do Sul que tradicionalmente conspiram contra direitos sociais de trabalhador@s. Com gesto de uma arma de fogo, um boneco gigante do presidente Jair Bolsonaro (PSL), com faixa no corpo informando o fim da aposentadoria circulou no meio d@s manifestantes, percorreu a manifestação.
ANDES-SN
– A PEC 6, enviada à Câmara dos Deputados, atinge globalmente todas as categorias do mundo do trabalho no Brasil. “A contrarreforma da Previdência ataca o conjunto da classe trabalhadora, estando ela trabalhando na iniciativa privada ou no serviço público, porque cria barreiras para o acesso ao direito de se aposentar, aumentando a alíquota [de contribuição], dependendo de quanto ganha o trabalhador, exigindo mais tempo de serviço para se chegar à aposentadoria”, explicou o presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (
ANDES-SN
), professor Antonio Gonçalves Filho. As/os servidor@s públic@s, incluindo a docência das universidades públicas, não estão imunes aos efeitos nefastos da PEC 6. “Há de se relembrar que os servidores públicos passaram pela contrarreforma do [ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso, pela contrarreforma do Lula de 2003, que aquela foi a mais perversa para o servidor público, porque acabou com a paridade, com a integralidade, e abriu a possibilidade, já partir dali, de se implementar a capitalização da aposentadoria do servidor público, que veio a se concretizar em 2013 com a Dilma [presidenta], através da criação do Funpresp [Fundo de Previdência Complementar]. Quem entrou no serviço público a partir de fevereiro de 2013 está submetido ao teto do Regime Geral da Previdência, ou seja, ao teto da iniciativa privada e, se quiser tentar chegar à integralidade, tem que investir no mercado através do Funpresp. A atual reforma aprofunda a perda de direitos que já está em curso há décadas”, detalhou Gonçalves Filho.
Assessoria de Imprensa da ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional