Os professores e as professoras da UFMS, em greve há mais de 40 dias, realizam a sétima assembleia da greve da categoria nesta quarta-feira 29 às 14h, no Anfiteatro do CCHS (Centro de Ciências Humanas e Sociais) no
Campus
de Campo Grande e nos demais
campi
do interior.
O nível de adesão da categoria na UFMS à greve tem sido satisfatório e ganhou mais força depois da decisão do Conselho de Ensino de Graduação (Coeg), em junho, de suspender o Calendário Acadêmico.
Em Brasília, de acordo com informações no Comando Nacional de Greve do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), entidade à qual a categoria optou acompanhar as orientações, as negociações com os representantes do Ministério da Educação e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, apresentou poucos avanços na pauta conjunta com os sindicatos dos/as servidores/as públicos federais e também nas pautas específicas das entidades nacionais ligadas às instituições federais de ensino superior e tecnológico.
O MEC e o MPOG mantém a proposta de reajustar os salários dos servidores/a públicos/as em apenas 21,3%, parcelados em quatro vezes anuais. Acrescentou somente a disposição de reajustar o vale-alimentação, saúde, creche e a revisão do acordo plurianual com a categoria, para rediscutir os índices de reposição de perdas inflacionárias futuras.
O governo federal transferiu para os/as reitores/as a responsabilidade por problemas administrativos nas universidades, citando como exemplo a não-abertura de vagas para a contratação de nove mil novos/as professores/as por concurso.
A proposta foi recusada pelo Comando de Greve dos Servidores Públicos Federais e também pelo Comando do Andes-SN, mas será submetida à apreciação nas assembleias das categorias representativas das universidades em greve, hoje com adesão de 41 instituições. Ficou acertada também uma nova rodada de negociação com os dois ministérios daqui a 10 dias.
Os dois comandos de greve (SPFs e Andes-SN) acusam o governo federal de tentar quebrar a unidade do movimento, a partir de negociações específicas com as diversas categorias em greve. No caso das universidades, prioriza as negociações com o Proifes-Federação, entidade acusada pelo Andes-SN de tentar dividir os/as docentes nas negociações específicas.
O cenário de crise, com a inflação oficial de junho chegando a 9%, a revisão do PIB (Produto Interno Bruto) para menor índice, a redução das reservas cambiais e os cortes de mais R$ 8,4 bilhões no orçamento são os pontos que pesam na avaliação para que a categoria não aceite o acordo de parcelamento com o governo federal, cobrando o cumprimento da reposição integral de 27,3% acumulada no período.
Para as próximas semanas, o Comando Nacional de Greve do Andes-SN reafirma a importância de adesão e fortalecimento da greve por meio de elaboração de materiais sobre os efeitos dos cortes nas IFEs; realização de rodada de debates com a comunidade acadêmica e com a administração universitária sobre os efeitos dos cortes orçamentários no funcionamento das universidades; pressão sobre as reitorias para exigir dados sobre as vagas docentes disponíveis e os impactos do funcionamento das atividades de ensino, pesquisa e extensão; articulação de reuniões nos estados com as entidades dos servidores públicos federais e fortalecimento da unidade por meio de atividades de mobilização conjunta, com o objetivo de ampliar a visibilidade da greve e das reivindicações da categoria na sociedade; realizações de assembleias gerais até o dia 31 de julho para avaliar a conjuntura e o momento da greve; e indicar as estratégias de negociação da política salarial a ser defendidas no Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais para intervenção conjunta na próxima reunião com o MPOG.
Assessoria de imprensa da ADUFMS-Sindicato