O número total de matrículas no ensino superior brasileiro superou os 7 milhões no ano passado e cresceu de 81% entre 2003 e 2012. Há 10 anos, o Censo da Educação Superior registrava 3.887.022 matrículas, número que subiu para 7.037.688 na edição mais recente do levantamento. As estatísticas e microdados referentes a 2012 foram divulgados na quarta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Os mais de 7 milhões de universitários brasileiros estão distribuídos em 31.866 cursos oferecidos por 2.416 instituições (304 públicas e 2.112 particulares). O total de estudantes que ingressaram na educação superior em 2012 chegou a 2.747.089. O número de concluintes foi de 1.050.413, segundo o Inep.
A expansão de matrículas nos cursos tecnólogos tem puxado esse crescimento nos últimos anos: o aumento foi de 51% nos últimos quatro anos. Em 2009, 486.730 estudantes estavam matriculados em cursos desta modalidade. Em 2012, o número subiu para 944.904.
Os cursos tecnólogos ganham cada vez mais a adesão dos brasileiros porque, diferente da graduação tradicionais, eles costumam ter duração mais reduzida e currículo mais prático focado na preparação do mercado de trabalho.
Entre 2011 e 2012, a expansão de matrículas nesses cursos foi menor do que no período anterior (de 2010 a 2011, elas cresceram 11,4% e, de 2011 a 2012, 7,9%). Porém, o aumento de vagas em cursos tecnológicos ainda é maior do que nos cursos de bacharelado e de licenciatura que, entre 2011 e 2012, cresceram 4,4% e 0,7%, respectivamente.
Segundo o Censo de 2012, há 5.969 cursos tecnólogos no Brasil, sendo 1.117 em instituições públicas e 4.852 em instituições privadas. No ano passado, 189.035 estudantes concluíram cursos tecnólogos no país.
‘Interiorização’ do ensino superior
Na última década, o número de instituições de ensino superior cresceu 30% em todo o Brasil, mas, principalmente, na rede pública. Enquanto a quantidade de novas universidades, centros universitários ou faculdades particulares subiu 27,8% no período, a de instituições públicas de ensino superior cresceu 46,8%. Mas foi fora das capitais que o número de instituições cresceu mais: a expansão de instituições foi de 58,7% em dez anos.
As ações do governo federal para expandir a oferta de vagas nas universidades federais começaram em 2003 e foram oficializadas em 2007, com a instituição do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Desde então, o número de universidades federais subiu de 45 para 59, privilegiando as regiões interioranas dos estados.
Mesmo que tenha crescido em número de instituições, a quantidade de matrículas na rede pública do ensino superior ainda é minoria no Brasil. Segundo os dados do Ministério da Educação. No ano passado, oito em cada dez novos alunos se matricularam em instituições de ensino superior que cobram matrícula e mensalidade.
Essas instituições também foram responsáveis por 77% dos diplomas emitidos a formandos de 2012. No total, 73% das matrículas estavam na rede particular, concentração que aumentou pouco na última década –em 2003, as faculdades,
centros universitários
e universidades pagas tinham 71% das matrículas.
G1