Com tema “A Vida Acima dos Lucros”, evento ocorreu entre os dias 27 de março e 1º de abril
O 40º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), ocorrido em Porto Alegre durante os dias 27 de março e 1º de abril, foi marcado pelo retorno do evento em forma presencial. Encerrado com a “Carta de Porto Alegre”, em memória de Marcos Goular de Souza – funcionário do Andes-SN que faleceu em decorrência da Covid-19 –, o Congresso contou com deliberações pela defesa do reajuste salarial de 19,99% e do serviço público.
Com o tema “A vida acima dos lucros: Andes-SN 40 anos de luta!”, o Congresso contou com a elaboração do Plano de Lutas do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), no qual está encaminhada a construção da greve geral unificada dos/das servidores/as federais.
A Adufms esteve presente com delegação de seis docentes: o presidente Marco Aurélio Stefanes; a vice-presidente Mariuza Guimarães; a diretora do Sindicato em Aquidauana, Ana Paula Archanjo Batarce; os representante sindicais de Três Lagoas, Tarcísio Luiz Pereira, e de Corumbá, Waldson Luciano Corrêa Diniz; além do professor Dr. Magno Pinheiro de Almeida.
Com delegados/as de 89 seções sindicais, foi deliberado o prosseguimento da Campanha Salarial Unificada, pelo reajuste de 19,99%, contra a PEC 32 – que, se aprovada, representa o sucateamento do serviço público federal – e pela revogação do teto de gastos, junto às demais entidades representativas dos/das servidores/as.
A rodada de assembleias pela construção da greve geral deve ocorrer entre os dias 11 e 14 de abril. A Comissão Nacional de Mobilização (CNM) será formada por membros das seções sindicais. Também foi definida, durante o Congresso, a intensificação da luta contra o Reuni Digital, além dos projetos Future-se, os Fundos Patrimoniais e Novos Caminhos, bem como qualquer projeto que vise enfraquecer a educação superior pública brasileira.
Ato contra autoritarismo e pelo serviço público de qualidade
Após o Congresso, docentes participaram do ato “Pelas Liberdades Democráticas e em Defesa do Serviço Público”, no dia 1º de abril. A concentração ocorreu pela manhã em frente ao Instituto da Educação, próximo à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A manifestação seguiu até a frente do Palácio do Piratini, sede do governo gaúcho, onde foi cobrado da gestão Eduardo Leite – agora substituído por Ranolfo Vieira Júnior – a valorização de servidores/as públicos/as. Um dia antes, o governo federal havia publicado, por meio do Ministério da Defesa, uma Ordem do Dia na qual exaltava o golpe de 1964.
A data e o local possuem simbolismo na luta pela democracia no Brasil, já que em 1º de abril de 1964 foi consolidado o golpe de 31 de março, dando início à ditadura militar-empresarial que duraria 21 anos. À época, o presidente da Câmara de Deputados, Ranieri Mazzilli, foi empossado como presidente da República em caráter provisório até o dia 15 de abril, quando entregou o cargo ao ditador Humberto de Alencar Castello Branco.
No mesmo Palácio do Piratini, o então governador Leonel Brizola havia liderado a resistência ao primeiro golpe contra o presidente João Goulart (“Jango”), em 1961, quando houve a tentativa de implementação do regime parlamentarista, derrotado pela Rede da Legalidade. Tanto Brizola quanto Jango se exilariam no Uruguai durante a ditadura.
Fotos da delegação da Adufms no Congresso e no Ato pelas Liberdades Democráticas e em Defesa do Serviço Público (clique para ampliar):