Na data em que se celebra o Dia dos Direitos Humanos (10 de dezembro), a Adufms manifesta sua solidariedade às pessoas que foram agredidas por bolsonaristas no contexto dos atos em defesa da educação e contra o bloqueio de verbas para a educação superior. Nesta quinta-feira (8 de dezembro), houve relatos de violência física em Corumbá e Campo Grande.
Um caso grave de injustiça ocorreu em Corumbá, contra o presidente municipal do PCdoB, Luigi Amarilho do Carmo, que também é estudante na UFMS. Luigi passava de bicicleta em frente ao quartel em direção ao ato pela educação, quando foi provocado por manifestantes que protestavam contra a democracia e pediam por um golpe militar.
O jovem relata que, num primeiro momento, houve discussão verbal, mas que não esperava por ataques físicos. “Quando falam de destruir comunistas, estão falando de mim. Por isso, eu me defendi do que estavam falando enquanto eu passava. Falei que já acabou a eleição. Eu estava na via pública. Chegou um deles com um pedaço de pau e outro puxando minha bandeira. Deram socos, pontapés, chutes”.
Os agressores procuraram a polícia e afirmaram que Luigi os teria ameaçado verbalmente. De acordo com o militante, a polícia não lhe forneceu ajuda. “A polícia não quis ouvir minha versão. Nem na delegacia. Não fizeram protocolo, me colocaram na cela. Fui caluniado, porque ainda disseram que eu estava armado, mas as filmagens vão mostrar a verdade”, afirma.
Após o caso, formou-se uma ampla rede de solidariedade por parte de organizações ligadas à defesa da educação, dos direitos humanos e da democracia. “O pessoal que estava no ato chegou lá, tive respaldo quando chegaram”, afirma Luigi. Houve posicionamento oficial de entidades. A Adufms é uma das signatárias da nota publicada pelo Sinasefe-MS (Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Mato Grosso do Sul).
O sindicato se solidariza, também, à estudante Amanda Ferreira, também da UFMS, que foi atingida por ovos durante o ato em Campo Grande na mesma data. Amanda foi acometida por um hematoma no local atingido. No caso da acadêmica, não foi possível identificar quem arremessou os ovos em sua direção.
Os casos se somam a outros, como o militante que foi perseguido após passar pela Avenida Olinto Mancini, em Três Lagoas, acusado falsamente de ameaças e solto apenas após a atuação de três advogados que, junto a militantes que se solidarizaram pelo caso, o auxiliaram. Anteriormente, conforme já abordado em nota anterior (Nota de solidariedade às vítimas da violência neofascista, 28/11/2022), o diretor do PCdoB e advogado Mário Fonseca relatou ameaças de um motorista de aplicativo que defendia o presidente Jair Bolsonaro.
Tais fatos chamam a atenção e causam preocupação não apenas pela agressividade envolvida, mas também pela recorrência de ocasiões semelhantes em um período tão curto. A violência e a intolerância têm sido banalizadas, mas não podem se tornar parte do cotidiano. A Adufms, além de se solidarizar às vítimas e de repudiar as ações cometidas por aqueles que não aceitam conviver em uma sociedade democrática, também exige do poder público comprometimento e celeridade nas apurações e no combate à violência política.