O Dia Internacional da Mulher nasceu na luta sindical. A proposta de estabelecimento da data foi de Clara Zetkin, na Conferência de Mulheres Socialistas de 1910. Foi escolhido então o mês de março, em homenagem às lutas das mulheres operárias de Nova York, sobretudo à tragédia na Tecelagem Triangle, em 1911.
No dia 8 de março de 1917, operárias russas organizaram uma mobilização que reuniu milhares de pessoas em São Petersburgo, à época capital do país. A revolta deu início à Revolução de Março, que derrubou o czar Nicolau II. A data se tornaria feriado nacional como Dia da Mulher Proletária.
Com o passar das décadas, o Dia Internacional da Mulher foi apropriado por empresas que esvaziaram seu significado e o tornaram cada vez mais comercial, em contraponto a seu objetivo inicial. No entanto, os dados apontam que não há o que comemorar e que o significado real da data precisa ser relembrado e retomado.
De acordo com o relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), houve um aumento de 1,6% no índice de feminicídios no Brasil em 2023 em comparação ao ano anterior, com 1.463 registros.
A Adufms celebra o 8 de março e reforça o legado de luta desta data. Lutamos para que as mulheres sejam livres e respeitadas em sua diversidade. Por nenhuma a menos – e por todas em uma sociedade liberta da misoginia que, nos últimos anos, tem sido a tônica de discursos hegemônicos que as querem em papel subalterno, sem destaque, sem direitos e sujeitas à violência.
Celebramos a luta em toda sua pluralidade. No cartão deste ano, a Adufms traz mulheres diversas, mas unidas pelo mesmo objetivo de libertação: a militante e intelectual palestina Leila Khaled; a acadêmica, militante e jornalista alemã Clara Zetkin; a líder indígena guarani-kaiowá Damiana Cavanha; e a antropóloga, professora e militante negra Lélia González.
Mulheres localizadas em diferentes contextos, que não perderam do horizonte que a libertação de seus povos não ocorreria sem a libertação das mulheres. A Adufms celebra a luta de nossas professoras, que também atuam em seu contexto, na defesa de maior espaço e reconhecimento no ambiente científico.
Celebrar a luta e retomar o significado!