A Adufms expressa profunda indignação e repúdio aos atos de violência perpetrados contra o povo guarani-kaiowá na Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, localizada em Douradina.
No sábado, 3 de agosto, nem mesmo a presença da Força Nacional e a suspensão da reintegração de posse impediram a invasão da retomada Pikyxyin por jagunços fortemente armados, que atacaram brutalmente os indígenas com munição letal e balas de borracha, deixando ao menos 10 feridos.
Este ataque é parte de uma série de violências contínuas e injustificáveis contra os guarani-kaiowá. Na sexta-feira, 2 de agosto, a mesma retomada sofreu uma ação violenta, e na quinta-feira, um casal de jagunços armados foi detido pela Força Nacional no local. É inadmissível que, após a retirada da Força Nacional, os ataques continuem e aumentem em gravidade, levando à destruição de barracos, pertences e símbolos sagrados dos Guarani-Kaiowá.
A Adufms se solidariza com as famílias e comunidades indígenas afetadas por esta barbárie. Reforçamos a necessidade de uma investigação rigorosa e a punição dos responsáveis por esses atos criminosos.
É fundamental que as autoridades competentes, incluindo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério dos Povos Indígenas, Ministério dos Direitos Humanos, Ministério Público Federal e Secretaria Especial de Saúde Indígena, atuem com firmeza para garantir a proteção e os direitos dos povos indígenas.
As palavras de um indígena ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi) ecoam a dor e a resistência dos guarani-kaiowá: “Se querem guarani e kaiowá fora daqui, matem a gente. Enterrem aqui e aí podem plantar soja por cima. Essa é a vontade do governo? Isso que quer a Justiça? Então façam isso logo, matem a gente tudo. Jagunçada atira na gente, destrói o pouco que temos e a Força Nacional só olha, governo vem aqui e não faz nada”.
Diante de tais atrocidades, reafirmamos nosso compromisso com a luta pela justiça e pela dignidade dos povos indígenas. A Adufms está ao lado do povo guarani-kaiowá e exige a imediata reinstauração da segurança nas terras indígenas, bem como o respeito aos seus direitos e à sua cultura.
Nossa solidariedade e apoio incondicional ao povo guarani-kaiowá. A luta deles é também a nossa luta.