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distribuído aos/às inscritos/as, a diretora do Centro Acadêmico de Direito Jorge Eustácio Frias da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Cajef-UFMS), Bruna Gomes, comunicou o cancelamento do evento “Roda Jurídíca: Escola sem Partido ou não à Lei da Mordaça?”.
VEJA ABAIXO ÍNTEGRA DE TEXTO DO CAJEF SOBRE O CANCELAMENTO
E é com grande pesar que o CAJEF anuncia o CANCELAMENTO do evento “RODA JURÍDICA: ESCOLA SEM PARTIDO OU LEI DA MORDAÇA?”.
Segundo a análise do Instituto Conserv
ador – entidade que mantém contato e parceria com procurador Miguel Nagib – o aparato de segurança disponibilizado pela UFMS para salvaguardar a proteção dos presentes não garantiria, entre outros, a segurança do próprio procurador, anunciando assim a impossibilidade da presença de Nagib.
Pedimos desculpas àqueles que se inscreveram no evento e que tinham a intenção de desfrutar da real proposta do debate que seria feito: presenciar um embate nas interpretações teóricas, ter espaço de fala e respeito para com os demais e principalmente ser capaz de fazer uma análise crítica dos reflexos sociais do Projeto de Lei nº 8.242/2016 e sobre processo de formação dos cidadãos.
Esse episódio representa um claro reflexo da dificuldade de fomentar debates públicos e discussões de ideias quando a pauta traz à tona fortes “choques ideológicos”. Tal dificuldade, infelizmente, esbarra no intuito dos centros acadêmicos de ter contato com a comunidade acadêmica e promover discussões sobre assuntos relevantes à realidade social brasileira, ainda mais tratando-se da esfera municipal. A proposta feita pelo CAJEF na gestão Ágora tem sido justamente a garantia de um espaço neutro para a disseminação de conhecimento, respeito a posicionamentos divergentes e promoção da democracia. Diante disso, a organização do evento já havia atendido exigências de segurança que nos foram repassadas e adotado protocolos cerimoniais para evitar que o funcionamento do debate fosse comprometido por “manifestações exaltadas, desrespeito ao espaço de fala ou interrupções abruptas” (como consta no texto de divulgação). Contudo, o próprio espaço universitário é desenvolvido para ser o mais abrangente possível, sendo por si só contraditória – e contra a proposta do CAJEF – qualquer outra distinção de participação a não ser pelo fator “segurança pública”. Assim, o temor por parte do Instituto Conservador nos deixa de mãos atadas no dia de hoje.
De qualquer forma, gostaríamos de deixar registrado nossa lástima pela não-realização de tal discussão e que em oportunidades futuras, independentemente de onde/por quem promovidas, o respeito às condições mínimas de civilidade e àqueles que não compactuam com os mesmos ideais possam prevalecer, não prejudicando a construção de conhecimento, senso crítico e empatia social.