Docentes da UFMS em Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Três Lagoas, Chapadão do Sul, Naviraí, Ponta Porã, Nova Andradina e Paranaíba votaram favoráveis ao indicativo de greve, diante da postura do governo federal de não ter apresentado, até o momento, nada de consistente no que se refere à pauta de reivindicação protocolada pela representação da categoria nos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e da Educação (MEC).
A decisão aconteceu durante Assembleia Geral Extraordinária simultâneas na manhã desta quinta-feira 7 para discutir a Campanha Salarial 2015-2016. Não se trata de entrada em greve, o que seria, de acordo com o diretor-financeiro adjunto da
ADUFMS
, professor Moacir Lacerda, “um último recurso que a gente utilizaria”, para não prejudicar os/as estudantes. O que houve foi a aprovação de indicativo que volta a ser debatido em outro momento, na segunda quinzena de maio.
Em Campo Grande, deliberou-se que o dia mais adequado para a próxima assembleia seria 26 de maio, no período da manhã, levando-se em consideração decisão tomada nos dias 25 e 26 de abril em reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Na ocasião, representantes de 37 seções sindicais fixaram o período de 25 a 29 deste mês como passível de greve e/ou paralisações. A confirmação ou não dessa tendência de movimento paredista só ocorrerá em assembleias docentes que acorrerão nas Ifes de todo o país.
Além da docência filiada, a assembleia em Naviraí teve reforço. Docentes não-filiados participaram das discussões e sinalizaram favoravelmente ao indicativo de greve. Em Chapadão do Sul também houve participação de não-filiado.
Na fase pré-realização da próxima assembleia da docência da UFMS, haverá mobilização da categoria, de estudantes e funcionários técnico-administrativos em todos os
campi
.
Durante a assembleia desta quinta, a professora Maria Helena da Silva Andrade defendeu execução de um plano de ação para mobilizar a docência, no sentido de buscar a superação de fatores que contribuem para falta de participação da categoria que, segundo a professora Margarita Victoria Rodríguez, ocorre “em função do momento histórico”, com atitudes que desqualificam a atuação política.
Às necessidades de reestruturação de carreira e de reajuste salarial, soma-se a pauta dos professores e das professoras da UFMS, assim como das demais Ifes, a luta por ensino universitário público de qualidade e por melhores condições de infraestrutura nas universidades federais.
Estudantes de Ciências Sociais e do Centro Acadêmico desse curso (Caciso) se solidarizam ao indicativo de greve, apontando descontentamento com o corte de verbas para educação, bolsas e programas de apoio aos/às alunos/as.
O diretor-financeiro da
ADUFMS,
professor Marco Aurélio Stefanes, explicou que a perda acumulada nos salários do Magistério Superior Federal pode chegar, este ano, a mais de 10%. “Hoje a categoria corre o risco de retração salarial”, alertou o sindicalista durante a Assembleia Geral Extraordinária desta quinta-feira em Campo Grande. Stefanes disse que há uma tendência de o governo federal “empurrar com a barriga” a situação de defasagem e as discrepâncias nos salários da categoria docente das Ifes, incluindo a UFMS. O professor analisa que a questão principal nos vencimentos de professoras e professores das universidades federais passa pela urgência de reestruturação da carreira.
Segundo o presidente da
ADUFMS
, professor José Carlos da Silva, uma das causas da desestruturação da carreira docente nas federais foi a forma pela qual foram conduzidas as negociações pelo Proifes em 2012, quando a Federação apresentou propostas que atendiam aos interesses do governo federal, portanto aceitas pelo Executivo Central, desconsiderando o conjunto das reivindicações da categoria.
Assessoria de Imprensa da ADUFMS