Estudantes, docentes e técnicos/as administrativos/as lotaram o teatro Glauce Rocha em Campo Grande na manhã de terça-feira 2 de agosto para debater com os candidatos a reitor e as candidatas a vice-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul propostas de gestão da instituição no quadriênio 2016-2020. A polarização de posições políticas, aliadas a concepções administrativo-acadêmicas, marcou as intervenções e questionamentos entre debatedores/as e os três segmentos da UFMS: administrativas/os, professoras/es e acadêmicas/os. As candidaturas a reitor, Marcelo Turine (Juntos Somos UFMS) e Marco Aurélio Stefanes, do Movimento por Uma UFMS Diferente (MUDE), bem as candidatas a vice-reitora, Camila Ítavo e Alexandra Ayach, começaram o debate expondo seus currículos e pontos dos programas administrativos.
O candidato Turine definiu as discussões programáticas para reitoria e vice-reitoria da UFMS como um embate de visões e perspectivas. “Esse é o momento de debater ideias e sonhos.” A participação democrática na UFMS foi um dos aspectos mencionados pelo outro postulante ao cargo de reitor: Marco Aurélio. Ele enfatizou que a Universidade precisa ser uma “instituição séria, republicana”.
A cerca erguida para “proteger” a reitoria na Cidade Universitária em Campo Grande, apontada por segmentos da comunidade como um subterfúgio para evitar que manifestantes entrem no prédio da administração central, tornou-se metáfora para reflexão sobre os problemas da UFMS, como a demanda por mais docentes. “Nossas grades [cercas] são a falta de professor”, metaforizou Turine. Em outro momento do debate, o reitorável da chapa Juntos Somos UFMS prometeu uma administração sem obstáculos a docentes, discentes e técnicas/os administrativas/os. “A reitoria estará aberta.”
O reitorável Marco Aurélio disse que o cercamento do espaço da administração central configura uma universidade fechada à discussão de seus problemas. “Essa grade simboliza a falta de diálogo com a comunidade.” Segundo o candidato da chapa MUDE, a UFMS é uma instituição ultrapassada em relação à contemporaneidade. “Esse modelo de universidade já não cabe mais no século XXI.”
A ideia de uma universidade referência, sintonizada com seu tempo, embute a necessidade de planejar para definir com mais critérios a obtenção e a destinação de dinheiro para viabilizar projetos de ensino, pesquisa e extensão. Nesse sentido, o candidato Marcelo Turine discorreu, em uma de suas falas durante o debate, sobre a criação de setor específico dentro da UFMS para gerenciar as verbas. “É fundamental institucionalizar a captação de recursos”, ponderou Turine. O gerenciamento de fundos para a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul seria, de acordo com o candidato, por meio de uma agência direcionada exclusivamente para esse propósito.
Para Marco Aurélio, é preciso que haja uma sinergia, uma coesão interna para captação de recursos. O reitorável justificou essa necessidade de simetria citando a insuficiência de estrutura nos cursos de pós-graduação da UFMS. “Faltam salas de aula para os pós-graduandos estudarem.”
Candidatas a vice-reitora
– A necessidade de política que contemple integrantes de comunidade da UFMS de todas as etnias, das mais diversas sexualidades (homossexualidade, heterossexualidade, bissexualidade, transexualidade, entre outras designações) e respeite decisões de ter ou não ter religião foi um dos assuntos debatidos pelas candidatas a vice-reitoria Alexandra Ayach, do Movimento por Uma UFMS Diferente (MUDE), e Camila Ítavo (Juntos Somos UFMS). “A diversidade não pode ser só no discurso”, alertou Alexandra Ayach durante o debate. “A nossa bandeira é o respeito a todos e a todas”, argumentou Camila Ítavo.
Serviço
– A consulta à comunidade da UFMS visando à escolha do reitor e da vice-reitora acontece nesta
quinta-feira 4 de agosto em todos os
campi
. Começou às 8h e vai até as 21h. Com exceção do Hospital Universitári
o (HU) em Campo Grande, onde as mesas receptoras de votos estão funcionando desde as 6h. O término da votação no HU é também às 21h. Em todos os locais, no interior e na capital, a votação ocorre ininterruptamente.
Assessoria de Imprensa da ADUFMS-Sindicato