Em Assembleia histórica na quarta-feira 2 de setembro, com participação de filiados/as (aposentados/as e ativos/as), inclusive da reitora Celia Maria Silva Correa Oliveira, por 164 votos favoráveis, 22 contrários e nove abstenções, os/as docentes da UFMS aprovaram a desfiliação do Sindicato dos Professores das Universidades Federais Brasileiras dos Municípios de Campo Grande, Aquidauana, Bonito, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas, no Estado de Mato Grosso do Sul (
ADUFMS-Sindicato
),
da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação), após mais de dez anos de vinculação a essa entidade federativa nacional. A Assembleia nos
campi
de Aquidauana, do Pantanal (Corumbá), Três Lagoas, de Naviraí, de Paranaíba e de Ponta Porã seguiu a mesma tendência de Campo Grande, ou seja, a favor da saída da
ADUFMS
do Proifes
As discussões, os debates e as decisões sobre o Proifes-Federação foram compromissos assumidos pela
Gestão Autonomia
Sindical
(atual diretoria da
ADUFMS-Sindicato)
. O assunto começou a fazer parte da pauta da categoria docente da UFMS na greve de 2012, com desdobramento em setembro do ano passado, a partir da realização de seminário que, entre outros assuntos, tematizou política salarial e concepção sindical. O evento contou com as participações dos presidentes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Paulo Marcos Borges Rizzo, e do Proifes-Federação, Eduardo Rolim de Oliveira. Na oportunidade, ambos expuseram o histórico de cada entidade, diferenças ideológicas, conquistas e limitações em defesa da universidade pública, além de propostas de reestruturação da carreira dos/as docentes do Magistério Superior Federal.
Antes da realização da Assembleia da quarta-feira 2 para decidir os rumos da
ADUFMS-Sindicato
, vídeos relacionados aos posicionamentos de Rizzo e Rolim durante o seminário, bem como debate sobre Andes-SN e Proifes-Federação no seminário de setembro de 2014, foram colocados à disposição
online
a todos/as os/as filiados/as e simpatizantes.
A sistemática de disponibilizar conteúdos sobre Andes-SN e Proifes-Federação estendeu-se aos manifestos. Tudo que foi discutido sobre essas duas entidades nacionais foi repassado aos/às sindicalizados/as, publicado no
site
,
na página da
ADUFMS-Sindicato
no Facebook e enviado por
e-mail
às/aos associadas/as da entidade com o firme propósito de garantir a independência, autonomia e clareza dos/das docentes no momento da decisão sobre os rumos da categoria.
O diretor financeiro da
ADUFMS-Sindicato
, Marco Aurélio Stefanes, fez a defesa da desfiliação do Proifes-Federação. Apontou o atrelamento dessa entidade nacional ao governo federal e o esvaziamento das instâncias de decisão, em função das consultas
online
, como fatores que atrapalharam a continuidade da filiação ao Proifes. Argumentou ainda a postura adotada pela ex-direção da
ADUFMS
na condução da greve em 2012, quando reiteradamente apostou na desmobilização da categoria, o que levou vários/as professores/as indignados/as a construir o movimento de forma paralela, pelo Comando de Greve.
A professora Anamaria Santana apresentou histórico da trajetória em defesa da universidade pública pelo Andes-SN, da época em que era estudante, período no qual brigavam contra o processo de privatização e esvaziamento do ensino superior público por meio do Geres (Grupo Executivo para a Reformulação da Educação Superior). Ao ingressar na UFMS como docente, Anamaria foi surpreendida com a saída da
ADUFMS
do Andes-SN e filiação da entidade docente da UFMS ao Proifes, sem discussão democrática e aprofundada.
A professora Mariuza Aparecida Camillo Guimarães criticou a postura cupulista do Proifes-Federação, substituindo a discussão e mobilização da categoria pela consulta
online
. Na sua avaliação, a saída do Proifes significa um marco na retomada do sindicalismo combativo na UFMS.
Já a professora Maria Dilnéia disse que a desfiliação expressou o compromisso de luta contra o processo de privatização e desmonte da universidade pública posto em prática pelo atual governo nacional, eleito com o compromisso de fortalecer e ampliar o ensino superior público, mas que, pelas atuais políticas orçamentária e educacional, transfere o oferecimento de vagas e o financiamento superior a R$ 10 bilhões para instituições particulares de ensino.
Com a decisão tomada na Assembléia, com maior número de professores/as, a
ADUFMS-Sindicato
passa a ser autônoma, com vida jurídica própria e alinhamento político ao Andes-SN, como já vem acontecendo nesta greve. A filiação ou não ao Andes-SN dependerá de discussões e alterações estatutárias futuras.
Assessoria de Imprensa da ADUFMS-Sindicato