O ex-ministro da integração no Governo Lula, presidenciável e professor universitário, Ciro Gomes (PDT) conclamou a juventude e professores universitários a irem às ruas defender as universidades e o País. O dirigente partidário palestrou na ultima sexta-feira (16), no teatro Glauce da Rocha, no encerramento da V Semana Acadêmica de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Após a palestra, Ciro esteve reunido com os dirigentes sindicais da ADUFMS, Sista-UFMS e do Diretório Central dos Estudantes da (DCE-UFMS). O presidente da ADUFMS, Marco Aurélio Stefanes destacou o papel da universidade pública na produção de conhecimento no País e pediu apoio do PDT na defesa do caráter público e gratuito da instituição.
Na avaliação do pedetista, o Brasil tem todas condições de voltar a crescer, mas depende de alguns ajustes como o equilíbrio fiscal, a revisão da política de remuneração do sistema financeiro, investimento maciço em ciência e tecnologia, dentro de uma política, que defina setores estratégicos de desenvolvimento.
Ciro lembrou que as universidades públicas cumprem papel estratégico para que o País supere a crise e que é necessário investimentos expressivos em ciência e tecnologia. Ele criticou os cortes drásticos na Educação e Saúde em razão da emenda constitucional 95/2018, prevendo o agravamento da situação dos dois setores no País caso persista as atuais medidas.
O ex-ministro condenou a perseguição do atual presidente Jair Bolsonaro, que nunca entrou numa instituição de ensino superior. “Ele é despreparado para o dirigir o país”, afirmou.
Destacou como exemplo de desenvolvimento o salto tecnológico da Coreia do Sul que em menos de 40 anos tem quadro plantas automóveis competindo pelo mundo e agora já disputa o mercado mundial de telefones celulares, inclusive com o domínio da tecnologia 5 G.
Ciro fez duras críticas à política econômica do atual Governo. Disse que lançou um desafio que remunera em R$ 20 mil reais quem apontar algum país do mundo que se viabilizou implementando a política neoliberal. Citou que nas crises de 2009 e 2009, até o Estados Unidos fomentou a economia e se tornou acionista da Chevrolet buscando proteger sua indústria nacional.
Para Ciro Gomes o País está vindo a mais profunda crise dos últimos 120 anos. Situação que é agravada por um Presidente que virou motivo de chacota internacional. Defende um modelo que vem levando a economia, em especial o setor industrial, a insolvência, sem capacidade competitividade. Criticou a exportação bruta de petróleo e importação do refino de gasolina e diesel, enquanto o país paralisa as obras ou vende as usinas estratégicas, como a de fertilizantes de Três Lagoas, comprada por multinacional só para ser fechada.
Sob ponto de vista da economia regional, frisou que a política cambial vigente atinge o agronegócio, pois 60% dos insumos são importados e dolarizados, o que vem elevando os custos de produção. Previu que a situação pode se agravar ainda mais com a desvalorização cambial do Yuan Chinês.
Ciro elogiou o setor do agronegócio, mas não poupou críticas as escolhas políticas equivocadas do setor, como a liberação indiscriminada de venenos com princípios ativos proibidos na Europa e que as empresas multinacionais europeias vêm desovando no Brasil.
Reiterou que a economia está desacelerada, sem projeto ou planejamento de desenvolvimento econômico como a China, cada vez mais fortalecida e com capacidade de intervenção no mercado mundial. Lembro que no Brasil os chineses já dominam 30% do mercado de ações laminados e em breve pode ganhar totalmente o mercado mundial.
Para Ciro o pais deve retomar a política de recuperação da massa salarial, pois a precarização no trabalho atinge diretamente o desempenho econômico, estimular a indústria atualmente com 60% da capacidade industrial ociosa, revisar a política de remuneração do sistema financeiro, mediante auditoria da dívida da pública, combate ao rentismo, criação de fundo para estimular novos investimentos de risco, aquisição de pacotes com transferência tecnológica, estimulo ao setor de defesa, onde criticou a venda da Embraer e adoção de medidas para desenvolvimento setor no setor de saúde, cujas as compras internacionais aumentaram de forma significativa e cujos equipamentos e medicamentos poderiam produzidos no País.
Assessoria de imprensa da ADUFMS-Sindicato.