Mesmo com a aprovação da reforma trabalhista pelo Congresso, as/os integrantes do Comitê Estadual Contra as Reformas Previdenciária e Trabalhista, composto por mais de oitenta entidades sindicais, do movimento popular, cultural e agrário, consideraram como positiva as ações políticas e mobilizações desenvolvidas no sentido de pressionar parlamentares e influenciar a opinião pública sob o retrocesso das alterações encaminhadas pelo Governo Temer que agridem direitos conquistados.
A presidenta da
ADUFMS-Sindicato
, Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, alertou que as medidas adotadas pelo Governo Temer não vão resolver a crise econômica, penalizando mais uma vez a/o servidor/a público/a e outras/os as/os trabalhadoras/es, concedendo benefícios para os setores empresarial e banqueiro. Citou o estrangulamento orçamentário das universidades, com cortes em bolsas de pesquisa, iniciação científica e até falta de papel higiênico nos banheiros, quadro que pode ser agravado a partir de setembro, quando as rubricas de financiamento se esgotarão.
As/os dirigentes de organizações que fazem parte do Comitê apontaram como aspectos positivos a unidade e o salto organizativo das entidades mesmo com a pluralidade de concepções e práticas diferenciadas sobre a condução da lutas sindical e de outros movimentos. Entre as ações de resistência citaram a veiculação de
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e entrevistas coletivas concedidas pelo Comitê, a fixação de
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denunciando parlamentares que votaram contra os interesses da classe trabalhadora.
Houve um trabalho de contrainformação com propósito de contrapor as campanhas mediáticas e manipuladoras promovidas pelas entidades empresariais, que agiram de forma ostensiva em sincronia com os governos federal e estaduais com propósito de desmobilizar e neutralizar qualquer reação dos/as trabalhadores/as, inclusive cooptando sindicalistas com a promessa de retorno do imposto sindical.
Além do papel de planejar, arrecadar fundos, construir agenda política com mobilizações permanentes, o Comitê produziu milhares de panfletos, cartilhas, adesivos, esclarecendo as categorias e a população em geral sob as perdas de direitos advindas da reforma da Previdência e da trabalhista, distribuídos em Campo Grande e nas principais cidades do Estado bem como veiculou
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de rádio com o mesmo conteúdo.
O poder de denúncia das centrais sindicais, dos sindicatos, movimentos social e cultural por meio propagandas suscitaram a reação das entidades empresariais que financiaram o golpe contra as/os trabalhadores/os. Um dos
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veiculado em Campo Grande denunciou que as entidades patronais receberam mais de R$ 30 milhões de recursos públicos e de descontos na folha de pagamento das/os trabalhadoras/os para fazer campanha contra os/as próprios/as trabalhadores/as e associando o valor à corrupção da Petrobras. A campanha foi elaborada com base em informações a partir de emenda apresentada pelo senador Ataíde Oliveira (PSDB-RO) que encaminhou emenda à reforma trabalhista pedindo o fim do imposto compulsório para as entidades patronais.
Os valores debitados involuntariamente nas folhas de pagamento dos/as trabalhadores/as não têm sequer monitoramento do Tribunal de Contas da União (TCU). Como forma de retaliação, o Sebrae-MS está recorrendo contra a denúncia feita via
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pedindo de danos morais no valor de R$ 100 mil. O procedimento judicial está em fase de contestação jurídica pelas/os representantes sindicais, sob o argumento de cerceamento da liberdade de expressão, visto que os valores apresentados na campanha estão disponíveis ao público.
Além da disputa no campo da propaganda, o Comitê apontou como ganho a participação de pessoas de Mato Grosso do Sul que foram em mais de 42 ônibus no movimento Ocupa Brasília, uma das maiores delegações participantes do País. De todo o Brasil mais 150 mil trabalhadoras/es protestaram contra as reformas e pediram Fora Temer. A avaliação do Comitê destacou também a organização de uma passeata com cerca oitenta mil trabalhadores/as, numa das maiores passeatas organizadas por entidades laborais e sociais de Mato Grosso do Sul. Houve sucessivas ações de mobilizações contra as medidas em adoção pelo governo federal, de retirada de direitos.
Assessoria de Imprensa da ADUFMS-Sindicato