Protocolo da proposta no MEC só foi possível com intermediação da Polícia Militar
Os/as docentes federais em greve protocolaram, na manhã desta sexta-feira 18, uma carta no Ministério
da Educação (MEC) e outra no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) com novos elementos para negociação. O simples ato de protocolar uma carta, no entanto, não foi tão fácil como parecia, e os/as professores/as levaram quase duas horas tentando entrar nas respectivas seções de protocolo dos ministérios.
Ambos os documentos apresentam os novos elementos centrais para negociação da pauta da greve a ser tratados em reunião cuja data ainda será marcada, conforme combinado com os representantes dos dois ministérios em reuniões anteriores. Os docentes chegaram ao MEC, na Esplanada dos Ministérios em Brasília (DF) às 9h. Em poucos minutos, uma comissão tentou entrar no prédio para protocolar a carta, mas os seguranças do local impediram a entrada e pediram aos/às professores/as que esperassem, sem justificativas.
Foi apenas quando chegou a Polícia Militar no local, quase uma hora depois da primeira tentativa de protocolar o documento, que os/as docentes tiveram uma resposta. De acordo com a Polícia, que entrou no Ministério para negociar a entrada da comissão, as portas do MEC estavam fechadas para a docência porque “havia medo de que o prédio fosse tomado”. Após a intermediação da PM, um representante do MEC se apresentou e acompanhou a comissão até a seção de protocolos.
Em seguida os/as docentes se dirigiram ao MPOG, também na Esplanada, para protocolar a segunda carta. Lá, mais uma vez, houve uma grande espera para que a entrada fosse permitida. Após quase quarenta minutos, foi liberada a entrada de apenas uma representante dos docentes em greve, que protocolou a carta.
Marinalva Oliveira, 1ª vice-presidenta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), criticou a ação dos ministérios. “O governo federal segue dizendo à imprensa que quer negociar com os docentes em greve, mas não quer deixar nem que protocolemos documentos. O que aconteceu hoje foi um desrespeito com os professores federais”, afirmou.
Novos elementos de negociação
As cartas protocoladas no MEC e no MPOG apresentam novos elementos centrais de negociação da greve dos/das docentes federais. Os documentos, aprovados pelas assembleias docentes, abordam os cinco eixos de reivindicações – defesa do caráter público da universidade; condições de trabalho; autonomia; reestruturação da carreira; e valorização salarial – especificando algumas pautas consideradas fundamentais pelos/as docentes.
Marinalva Oliveira ressaltou ainda que a apresentação das propostas aos ministérios é uma demonstração de que a categoria quer negociar com propostas objetivas e espera que o governo marque as reuniões com as quais se comprometeu.
Confira
aqui
a carta protocolada no MEC e
aqui
a protocolada no MPOG.
Andes-SN