Na próxima quarta-feira, dia 30, às 9 horas da manhã, docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) realizam manifestação na Rua 14 de Julho, entre a Av. Afonso Pena e a R. Barão do Rio Branco. A ação faz parte de uma série de atos que ocorrerão em todo o Brasil contra a reforma administrativa que, segundo os professores e organizações trabalhistas da sociedade civil, irá causar uma desestruturação sem precedentes nos serviços públicos brasileiros.
O ato contará com uma performance e com a participação do coletivo Teatral Grupo de Risco. O número de participantes presentes será pré-definido e todos os cuidados de biossegurança serão promovidos para a prevenção da Covid-19.
A proposta de Reforma Administrativa foi encaminhada ao Congresso Nacional no dia três de setembro e se aprovada irá causar consequências graves aos serviços públicos brasileiros, em especial nas áreas de educação, saúde e assistência social, que já se mostram deficientes. Ela prevê, entre outros pontos a diminuição de funcionários concursados e o fim da estabilidade do servidor – que, por exemplo, não poderá denunciar erros cometidos ou casos de corrupção sem ter seu trabalho ameaçado.
Para o presidente da ADUFMS (Organização Sindical dos Docentes da UFMS), professor doutor Marco Aurélio Stefanes, a reforma proposta é um retrocesso para a época em que imperavam no Brasil no serviço público “os cabides de emprego”: “A sociedade vai ser prejudicada com serviços em menor quantidade e pior qualidade. Vamos voltar para aquele modelo de profissionais que buscavam o apadrinhamento político no serviço público e obtinham esses cargos sem nenhuma formação, capacitação ou habilidade técnica para cumprir o trabalho necessário para a população!”
Na educação, as perdas também podem ser devastadoras, segundo o professor: “Iremos ficar impossibilitados de desenvolver projetos e pesquisas científicas que são fundamentais na universidade e na formação dos profissionais, nossa carga horária também será afetada precarizando a educação de nossos filhos e filhas e prejudicando seu preparo para o mercado de trabalho!”, alerta.
Uma das maiores críticas à reforma está em sua justificativa que é a redução de custos do país. No entanto fica fora da proposta atual justamente os servidores públicos de alto escalão e maiores salários – alguns de valores exorbitantes – como o judiciário, parlamentares, procuradores e militares de alta patente. “Por quê apenas os servidores de salários mais baixos e a sociedade em geral é que serão prejudicados?” questiona o presidente da ADUFMS.
Marco Aurélio lembra também de como a nova proposta facilitaria o caminho para a corrupção: “Com o fim dos concursos e aumento das nomeações estamos abrindo o caminho para a dominação das rachadinhas e dos laranjas. Por isso, diga não à corrupção e sim à estabilidade do servidor público. Diga não à Reforma Administrativa!”.
A manifestação ocorrerá às 9 horas, na Rua 14 de julho, entre a Av. Afonso Pena e a R. Barão do Rio Branco. Ela faz parte de uma série de atos que ocorrerão em todo o Brasil no dia 30 de setembro. Em Campo Grande contará com a participação da ADUFMS, ADUEMS e diversas outras entidades sindicais.
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