O Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) decidiu, por meio de votação, deixar de integrar a CSP Conlutas, central sindical da qual fazia parte. A decisão ocorreu durante o 41º Congresso do Andes-SN, que ocorre em Rio Branco e tem a Universidade Federal do Acre (UFAC) como organizadora. Houve 262 votos favoráveis, 127 contra e sete abstenções.
A pauta havia sido indicada no 14º Conselho Nacional (Conad) Extraordinário, em novembro de 2022, que contou com a plenária “CSP-Conlutas: balanço sobre atuação nos últimos dez anos, sua relevância na luta de classes e a permanência ou desfiliação da Central”. Naquela ocasião, mediante análise dos temas apontados, a inclusão da pauta no Congresso do Andes-SN teve 37 votos favoráveis, 22 contrários e cinco abstenções.
A vice-presidente da ADUFMS, professora Dra. Mariuza Guimarães, que participa do 41º Congresso da entidade sindical, afirma que a saída foi resultado de posicionamentos da central. “A história é dinâmica e deve ser referência para retomadas e redirecionamentos da política sindical. O Andes-SN é um dos mais importantes sindicatos do Brasil. Vivemos no mundo processos de ataques brutais à classe trabalhadora. A unidade da classe trabalhadora é fundamental para a superação deste estado de coisas. Uma central que se isola por discordâncias, ainda que de fundo, não contribui com a classe trabalhadora”.
Mariuza avalia que as posições da CSP Conlutas não condizem com a realidade atual no cenário político brasileiro. “Não dá para entender uma central que afirma que estamos vivendo condições objetivas para a revolução socialista”, aponta a docente. “Esta é uma construção que pressupõe dialogar com a sociedade, estabelecer uma linguagem que seja entendida pela classe trabalhadora. A prática como critério da verdade não explicita a CSP Conlutas como o espaço para o avanço das nossas lutas”, conclui.