⇛O SILENCIAMENTO de docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) frente ao processo de desmantelamento da carreira, a possibilidade de redução salarial, a sobrecarga com atividades administrativas e o fim do concurso público preocupam a direção da ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional.
Reunidas/os no dia 15 de novembro (foto), feriado da Proclamação da República, em Campo Grande, as/os dirigentes avaliaram a ofensiva do discurso único engendrado por grupos conservadores dentro da instituição. Isso ocorre de forma dissimulada, por atos administrativos, controles burocráticos, ameaças veladas, retaliações como a não-aprovação de projetos de extensão e pesquisa de professores/as que questionam a atual política. Verificamos também a recusa de reservas de espaços para reuniões e seminários de entidades representativas da instituição, algo que era permitido até mesmo no período ditatorial, e outras formas de cerceamento de expressão. Por exemplo, a já corriqueira retirada de cartazes e faixas que manifestem oposição à política desenvolvida pelo Ministério da Educação (MEC) ou que questionem as políticas da atual administração da UFMS.
O medo de expor pensamentos discordantes ou em defesa do atual modelo de instituição se assimila muito à ação da Teoria da Espiral do Silêncio, desenvolvida pela cientista política alemã, Elisabeth Noelle-Neumann. O fenômeno é caracterizado pelo isolamento social das pessoas diante das manifestações de opiniões de pensamento que discorde do discurso majoritário construído pelo poder.
Esse processo é fortemente caracterizado pela ausência de participação nos espaços públicos. De acordo com o presidente da ADUFMS Seção Sindical, Marco Aurélio Stefanes, o mesmo comportamento foi identificado em outras universidades e relatados na reunião do Conselho de Representantes das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) convocada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), na qual o dirigente estava presente.
Em algumas unidades da UFMS vem ocorrendo ação deliberada por parte de alguns/algumas gestores/as, no sentido de impedir a discussão sobre o programa Future-se, mesmo com a aprovação de colegiados. A ação vem precedida até mesmo por ameaça de abertura de processo administrativo (PAD).
O quadro da Espiral do Silêncio dentro das Ifes é agravado pelo pacote do programa Future-se e avança com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Administrativa. A medida põe fim à estabilidade no emprego, impede a progressão funcional, permite a redução de até 25% do salário do conjunto de servidores/as, restringe os gastos em áreas estratégicas pela Lei do Teto nos Gastos Públicos e ainda tenta aprovar a desvinculação de gastos mínimos para educação e saúde.
Para barrar as medidas que derrubam conquistas da categoria e do conjunto das/os servidoras/es públicas/os, Stefanes relatou a possibilidade de as seções sindicais do ANDES-SN submeterem às/aos docentes apreciação de estado de greve. A possibilidade visa a acumular força para discutir greve geral no próximo ano.
Assessoria de Imprensa da ADUFMS Seção Sindical ANDES Sindicato Nacional