Nesta sexta-feira (9 de dezembro), a Adufms (seccional de Três Lagoas) sediou a reunião anual do Fórum Permanente de Direitos Humanos de Três Lagoas, que também serviu para comemorar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado um dia depois.
O evento contou com integrantes do Fórum que representam diversas entidades, movimentos/coletivos e partidos políticos que têm como diretrizes a luta pelos direitos humanos na cidade de Três Lagoas, entre eles, da Pastoral Carcerária, de movimentos feministas, da população negra e da comunidade LGBT+, partidos políticos e sindicatos.
A criação do Fórum foi uma iniciativa da Adufms, com o objetivo de agregar a sociedade civil e entidades que já militam na defesa da cidadania e dos direitos do povo três-lagoense, atuando de forma participativa e como formadora pública de opinião, para o fortalecimento dos direitos universais previstos a todas as pessoas. A iniciativa começou em 2021, durante a pandemia, numa reunião online em junho, que contou com a colaboração de vários professores da UFMS/CPTL.
Desde 1950, a data de 10 de dezembro é celebrada mundialmente como o dia em que se oficializou a Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 1948, como um legado do que a humanidade sofreu e aprendeu com as duas guerras mundiais. Essas terríveis experiências serviram para que os governos e a sociedade civil dos mais diversos países vissem a necessidade de definirem princípios fundamentais e universais, que garantissem os direitos humanos para todos e todas como alienáveis e imprescindíveis.
A Declaração afirma que a dignidade é inerente à pessoa humana e é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, e que os direitos humanos são universais independentemente de cor, raça, credo, orientação política, sexual ou religiosa, e isso deve pautar nossa sociedade.
Defender os direitos humanos também é defender a consolidação da cidadania e de uma sociedade democrática; é trabalhar para que as violações aos direitos humanos e as iniquidades sejam extintas, contribuindo assim para que a justiça social seja alcançada plenamente em nossa sociedade. Precisamos de uma cidade, um estado e um país com boa qualidade de vida, com educação, saúde, moradia, direito à terra, o reconhecimento da existência de pessoas e grupos sociais diversos e com necessidades diferentes, tendo o mesmo grau de respeito, liberdade, cidadania e dignidade. Portanto, o Fórum ressalta a necessidade da solidariedade e da cultura de paz como caminho possível para vivermos em sociedade e habitarmos aqui, nesta cidade.
Nesta reunião do Fórum, os principais temas discutidos foram os direitos à liberdade política durante as eleições presidenciais deste ano, uma vez que ocorreram diversos casos de agressão física ou verbal, tentativas de agressão e ameaças contra militantes de esquerda, ressaltando-se o clima de violência imposto por defensores do atual governo, que são a maioria na cidade. Temas como violência contra a mulher, a violência policial na cidade, a educação, meio ambiente e direitos à moradia digna, incluindo a política de habitação e o orçamento para isso da Prefeitura de Três Lagoas também foram discutidos.
A diretora da Adufms-TL, professora Kaelly Virginia Saraiva, informou que a próxima reunião ordinária do Fórum será em fevereiro de 2023, e que até lá espera-se que mais pessoas e entidades se envolvam nessa iniciativa, tão importante para a sociedade não somente de Três Lagoas, mas do Estado do Mato Grosso do Sul.